quarta-feira, 14 de julho de 2010

EDUCAÇÃO-ÁFRICA DO SUL: ''Educação que impede o desenvolvimento''


JOHANNESBURGO, Março 30 (IPS) - Durante 16 anos, a Themba era uma professora orgulhosa na África do Sul, más uma onda de violência deixou a tão nervosa que quer deixar a sua profissão.

''Eu sinto me como guarda e não professora,'' disse Themba, que preferiu ficar anônima. ''Algumas manhãs nem saio da cama. Os alunos são dezcontroláveis e os pais não se importam. O que é posso fazer? ''
A escola aonde trabalha em Sebokeng, uma cidade de pretos no sul de Johannesburgo tornou se num base de recrutamento para bandos e vendedores de drogas. A zona é horrendo como durante a época do apartheid: janelas quebradas, secretarias estilhaçadas, e um laboratório de computadores vazio. A única coisa nova é a vedação elétrica por volta do terreno.
Nestas condições, quase 75 porcento dos alunos foram obrigados a retomar uma classe depois de chumbar os exames da matriculação no ano passado. Estes exames avaliam a compreensão básica e são mandatórios para a entrada na universidade..
Depois de 13 anos de democracia, o sistema de educação no país continua a lutar a apagar as desigualdades históricas.
A divisão de classes é agora tão visível como a racial. Enqunato que os alunos pretos e brancos das famílias da classe média nas zonas que eram para os brancos têm acesso a uma educação bastante boa, a maioria dos alunos pretos nas zonas pretas e nas zonas rurais não tem esta qualidade de educação.
Apesar das leis nacionais prometerem a educação grátis, as escolas continuam a exigir propinas dos pais dos pobres. A África do Sul, o gigante económico da região, corre o risco de ser o único país da África Austral a não atinjir O Objetivo do Milénio de melhorar o acesso a educação primária pelo ano 2015.
As cifras do Banco Mundial mostram que as taxas da matriculação na escola primária cairam de 92 porcento em 1988 á 89 porcento em 2004. O governo rapidamente introduziu um sistema de ‘não pagar propinas’ para assegurar o acesso a educação para os mais pobres na população. Isto levou a algum aumento nas taxas de matriculação.
''É realmente possível atinjir o objetivo da educação primária universal pelo ano 2015,'' disse o David Archer, o responsável para a educação na organização internacional não governamental ActionAid. ''Más exige uma mudança significante na eficácia, a melhor gestão e uso do financiamento.''
Este aumento nos números não foi acampanhado por um melhoramento na qualidade de educação. O Instituto Sul Africano não governamental para a Justiça e a Reconciliação (IJR) concluiu num estudo recente que 80 porcento das escolas oferecem a educação ''de uma qualidade tão pobre que constituem um obstáculo significante ao desenvolvimento sócio-económico''.
Os expertos culpam uma variedade de fatores para os niveis pobres de educação. A violência incluindo o estupro predomina em muitas escolas. A pobreza extrema e o VIH/SIDA têm agravados as dificuldades nas escolas. O VIH/SIDA toca aos alunos assim como aos professores num país com 5.5 milhões de pessoas seropositivas numa população de 48 milhões.
Entretanto muitos professores como a Themba estão a deixar esta profissão por causa dos niveis altos de tensão e dos salários baixos. Segundo a IJR, não há novatos suficientes a encher a lacuna cada vez maior deixado pelos que deixam a profissao. Algumas pessoas dizem que o estado mau da educação não é uma questão de dinheiro. A África do Sul gasta a cerca de seis porcento do seu PNB para a educação, uma cifra igual ao dos países ricos.
O Jonathan Jansen, o deão de educação na Universidade de Pretoria, louva o Congresso Nacional Africano que dobrou o seu orçamento para a educação desde 1994. Más também criticou a continuação de “dois sistemas de educação”.
''As escolas pretas têm grandes problemas e há pouca coisa na política e na planificação que suggere qualquer interrupção do padrao dos dois sistemas de educação,'' escreveu ele recentemente num jornal sul africano.
Algumas pessoas dizem que se trata de um problema de má gestão, enquanto que outras acusam os professores de não saber o programa básico de estudos usado nas escolas, e de faltarem a motivação para com o trobalho deles.
O Sindicato Sul Africano Democrático dos Professores (SADTU) diz que é injusto criticar os professores que estão sobrecarregados de trabalho e que recebem pouco apoio na implementação do programa de estudos que está sempre mudando. Os professores também se sentem enterrados por debaixo de uma montanha de papeis.
''Precisamos de melhor formação e as autoridades da educação devem começar a incentivar nos,'' disse o Jon Lewis, o portavoz de SADTU.
A Naledi Pandor o Ministro de Educação deplorou que a falta atual de habilidades pode tocar a produtividade futura da mão-de-obra e desviar a África do Sul do caminho da prosperidade.
Como resposta, ela declarou que as instituições que não desempenham bem o papel delas serão fechadas. Numa tentativa a abordar a questão de segurança, o governo dará as escolas estatais mais instrumentos a lutar contra o crime, incluindo as máquinas fotográficas e outros instrumentos de segurança.
Os alunos e os professores também estão fartos das condições pobres. ''Eu posso sim dizer agora que vou a escola, más talvez teremos três professores para seis aulas," disse a Nokulunga, 20, uma mãe (único pais) que vai a uma escola segundária em Orange Farm perto de Johannesburgo.
''Se quer brincar na escola pode. Se quer apreender é a ti como aluno,'' disse a Nokulunga, que não quis dar o seu nome de família.
O Mbongeni Tito disse que tirou o seu filho de 14 anos da escola para trabalhar na quinta familial para o proteger da má influência dos pares dele, e da tentação de usar a droga. ''Eu cheguei ao ponto de decidir que é melhor para ele estar em casa de que na escola,'' disse o Tito. (END/2007)


Sarah McGregor
 Indicado para o 2°ano do Normal Médio do ISEPAM

Um comentário:

  1. Tem certeza que essa realidade é na África do Sul?
    Achei que fosse do Brasil! rsrsr

    Um abraço.
    Fica o convite para visitar meu blog
    http://cafecomsociologia.blogspot.com/

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