domingo, 28 de fevereiro de 2010

UMA DEFINIÇÃO DE CULTURA

No passado ou no presente, nas mais diversas partes do globo, homens e mulheres nunca deixaram de se organizar em sociedade e de se questionar sobre si e sobre o mundo que os rodeia. Uma aura de mistério sempre rodeou os sítios arqueológicos das grandes civilizações do passado: os relevos das pirâmides mesoamericanas, os calendários dos povos do altiplano andino, os hieróglifos encontrados nas famosas tumbas dos faraós do Egito... Todos são descobrimentos que têm estimulado a imaginação dos homens e mulheres do presente, que colocam muitas questões em torno dos povos do passado, mas que não deixam a menor dúvida quanto à sofisticação do pensamento, da visão de mundo e das manifestações estéticas e culturais desses povos.
Não precisamos recuar tanto no tempo para encontrar diferentes formas de organização social e manifestações culturais: nossos antepassados agiam e pensavam de forma muito diversa da nossa. Num passado não muito distante, a situação da mulher no Brasil, por exemplo, era bastante distinta da atual. Os costumes de muitas famílias da nossa oligarquia rural exigiam que os pais escolhessem aquele que desposaria sua filha. Uma série de fatores influía na decisão dos pais e mães: desde alianças antigas entre as famílias, obrigações recíprocas, promessas feitas, às vezes, antes do nascimento dos filhos e filhas, até mesmo questões como o dote e os interesses econômicos, contando muito pouco o desejo dos filhos e das filhas. Hoje as coisas são bem diferentes e, embora uma série de elementos de diversas ordens interfira na escolha do/a parceiro/a, o desejo individual é representado pela coletividade como decisivo.
A diversidade das manifestações culturais se estende não só no tempo, mas também no espaço. Se dirigirmos o olhar para os diferentes continentes, encontraremos costumes que nos parecerão, à luz dos nossos, curiosos ou aberrantes. Do mesmo modo que os povos falam diferentes línguas, eles expressam das formas mais variadas os seus valores culturais. O nascimento de uma criança será festejado de forma variada se estivermos em São Paulo, na Guiné Bissau ou no norte da Suécia: a um mesmo fato aparente – o nascimento – diferentes culturas atribuem significados distintos que são perceptíveis por meio de suas manifestações.
No Brasil, nos deparamos com uma riqueza cultural extraordinária: 200 povos indígenas falando mais de 180 línguas diferentes. Cada nação indígena possui a sua maneira particular de ver o mundo, de organizar o espaço, de construir a sua casa e de marcar os momentos significativos da vida de uma pessoa. Longe de constituírem um todo homogêneo, os povos indígenas possuem particularidades culturais de cada grupo, embora haja uma série de características que os aproximem quando comparados com a sociedade nacional. Há mais de 2.200 comunidades remanescentes de quilombos no Brasil, com características geográficas distintas, com diferentes meios de produção e de organização social.

A surpresa pode marcar um olhar mais cuidadoso para o interior da nossa própria sociedade: se compararmos o campo com o meio urbano ou as diferentes regiões do país, nos daremos conta das diversidades existentes entre os seus habitantes. Falamos a mesma língua, porém com uma acentuada diferença tanto no que se refere ao vocabulário, quanto ao sotaque. Essa diferença, muitas vezes, pode criar dificuldades na comunicação entre homens e mulheres do campo e da cidade, ou entre pessoas de regiões distintas.
Noções como espaço e tempo também são marcadamente diferenciadas no campo e na cidade. A imensidão com a qual se deparam o sertanejo e a sertaneja ao se defrontarem com a paisagem local será marcante, da mesma forma que moradores de uma cidade como São Paulo, por exemplo, terão seu horizonte nublado por arranha-céus e viadutos. No campo, a relação com as estações do ano dá uma outra dimensão ao tempo: o sucesso na colheita, a época do plantio ou da procriação do rebanho são definidos pelos períodos de chuva ou seca, no caso de grande parte do Brasil, ou pelas estações do ano, no caso dos países frios e temperados.
As estações do ano criam, no campo, um outro calendário: temos festas relacionadas com as colheitas ou com as chuvas que chegam após uma longa estiagem, ou seja, na cidade ou no campo, a ação de homens e mulheres está presente, interferindo no espaço e o carregando de significado.
A cidade contemporânea, por outro lado, longe de ser o lugar da homogeneidade cultural, é marcada pelo encontro – e pelo conflito – de diferentes grupos. As diferenças são fruto não apenas das desigualdades sociais, já que encontramos mais diferenças do que as divisões entre
as classes sociais. A religião pode ser um bom exemplo: uma criança ou um/a jovem criado/a por pai e/ou mãe católicos que freqüentam uma Comunidade Eclesial de Base terá uma visão de mundo e um estilo marcado pelo fato de pertencerem a um dado grupo religioso, que certamente é muito diferente daquele de uma criança, sua vizinha, criada num meio umbandista
ou de freqüentadores da Igreja Universal do Reino de Deus. Essas crianças deverão conviver ainda com aquelas educadas em meios em que a religião não é relevante, ou mesmo em meios explicitamente ateus.
Também na cidade encontramos indivíduos de distintas origens. Há famílias recém-chegadas do campo que, portanto, não conhecem ou têm dificuldade de lidar com uma série de instrumentos característicos do meio urbano, como, por exemplo, o metrô, presente em algumas capitais, com suas escadas rolantes, portas automáticas, escuridão dos túneis e sinalizações
coloridas. Ao pedir uma informação, o sotaque e a atitude corporal dessas pessoas revelam a sua origem rural, podendo torná-las alvo de chacota e objeto de discriminação. Há ainda, a situação particular das crianças, que em suas casas falam outra língua que não a língua oficial usada na escola ou na rua. O fato de falarem mais de uma língua que seria, a princípio, uma vantagem pode se transformar num pesadelo para essas crianças, quando não são contempladas e respeitadas em suas particularidades. Essa é uma realidade comum em cidades que contam com a presença de grupos de imigrantes e de comunidades indígenas, por exemplo.
Existem ainda as diferenças entre gerações. Por exemplo, um adolescente ou mesmo uma criança de classe média urbana sabe usar o computador com facilidade e destreza, pois faz parte de seu universo social. Já seus pais, mães ou avós certamente terão dificuldade ou simplesmente não saberão utilizá-lo por terem sido socializados em um ambiente em que a informática não fazia parte do cotidiano. Uma cena comum nos bancos é encontrar pessoas impacientes com idosos e idosas que demoram ou têm dificuldade de realizar as operações bancárias nos caixas eletrônicos.
Acreditamos que podemos agora arriscar uma definição de cultura. Fenômeno unicamente humano, a cultura se refere à capacidade que os seres humanos têm de dar significado às suas ações e ao mundo que os rodeia. A cultura é compartilhada pelos indivíduos de um determinado grupo, não se referindo a um fenômeno individual. E como já vimos, cada grupo
de seres humanos, em diferentes épocas e lugares, atribui significados diferentes a coisas e passagens da vida aparentemente semelhantes.
A cultura, portanto, vai além de um sistema de costumes; é objeto de intervenção humana, que faz da vida uma obra de arte, inventável, legível, avaliável, interpretável.

Indicado para o 1° ano do Ensino Médio

Mulher ganha processo

Mulher ganha processo contra empresa que não a contratou por excesso de gordura.
do R7, SP no Ar

Juíza deu ganho de causa a mulher; empresa é obrigada a pagar R$ 5.000 de indenização.
Uma mulher entrou na Justiça em Curitiba (PR) com um processo por danos morais contra uma empresa de congelados que não a contratou por estar acima do peso e ganhou a causa. A juíza que julgou o caso deu ganho de causa à mulher e agora a empresa é obrigada a pagar uma indenização de R$ 5.000.
O caso aconteceu quando a mulher, que estava 20 kg acima do peso na época, concorreu a uma vaga para desossar frango na empresa. Qualificada, ela não foi contratada após fazer exames médicos que constaram que seu IMC (Índice de Massa Corpórea) estava em 35, dois pontos acima do considerado ideal pela empresa.





Resumo do Capítulo Pobreza e Exclusão

O que gera a violência e a criminalidade?

A pobreza?
Como surgiu a pobreza?


Desigualdade humana presente desde os primórdios fundamentados pela distinção e discrimnação entre grupos sociais. “(...)a igualdade é antes de mais nada, uma utopia, um ideal ainda não vivido pela humanidade.” O que existe é uma distribuição desigual de bens materiais e simbólicos.


Contudo, por que a existência da pobreza na sociedade contemporânea é tão incômoda?

Razões da resistência:


 A sedimentação da idéia de que fazemos parte de uma totalidade que é a humanidade;
 Igualdade originada no universalismo católico, desenvolvida pelos princípios democráticos de organização política e reforçada pela expansão mundial do sistema capitalista industrial;
 O princípio de que todos os homens têm os mesmos direitos e são iguais perante a lei, fica cada vez mais difícil justificar as diferenças sociais;
 Crença no progresso;
 A desigualdade assume o caráter de privilégio de alguns e de injustiça para com outros;
 Pleno desenvolvimento da indústria de massa e crescente concentração de renda;
 O caráter consumista da vida social torna a distância social entre ricos e pobres ainda mais trágica e inaceitável;
 Consumismo e abundância: ideário do bem estar-social.


Quando falamos em crime, qual a opção que nos vem a cabeça?
(   )Moradores da Comunidade Baleeira,
(   )Moradores da Pelinca ou
(   ) Moradores de Farol

 “O papel social dos criminosos também ajuda a reforçar essa associação entre pobreza e criminalidade (...)”;
 Relação entre o crescimento da população e o aumento da criminalidade: populações expulsas do campo pela mecanização do trabalho agrícola, pela baixa produtividade do meio rural e pela concentração da terra;
 Inúmeros crimes não são denunciados;
 As estatísticas apenas expõem aquela população considerada “suspeita sistemática”-população pobre estigmatizada;
 Prática policial preconceituosa mais desproteção das classes subalternas.

  Indicado para o 3° ano do Ensino Médio
                                    do Livro Sociologia – Introdução à ciência da sociedade de Cristina Costa (págs. 247 à 259)
 

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Salesiano de Campos convida para jubileu de ouro da escola

No sábado, dia 15 de agosto, o Instituto Dom Bosco (IDB) de Campos dos Goytacazes-RJ completa 50 anos. Para marcar a data, está prevista uma ampla programação, com jogos, atividades artísticas e missa. Por recomendação das autoridades de saúde, as atividades acontecem entre os dias 27 e 30 deste mês, já que o retorno às aulas do segundo semestre será no dia 17. “Se não fosse o problema da gripe A, estaríamos realizando essa grande confraternização no próprio dia 15, mas temos que entender que nem tudo está no nosso controle”, comenta o diretor da escola, Pe. Carlos Sebastião da Silva.



Dentro da programação festiva do cinquentenário da escola, está a proposta de grafitagem com alunos do 4°ano do ensino fundamental, sob a coordenação do professor de Artes, Rudolf Rotchild. “Esse será um momento em que as crianças poderão colocar a sua visão de arte para fora, e as pessoas poderão acompanhar isso”, explica o Prof. Rudolf.



No melhor estilo salesiano, o esporte não foi esquecido. No dia 27, às 20h, acontecerá a abertura dos Jogos Estudantis Solidários (JES). Até o domingo, 30, alunos do IDB e de outras quatro escolas disputarão torneios de vôlei, basquete, futsal, atletismo e handebol. A educadora Mônica Simões explica que haverá equipes masculinas e femininas, formadas por jovens de 13 a 16 anos.



A celebração eucarística do jubileu de ouro está marcada para as 19 horas do dia 29. A missa será no pátio da escola e reunirá pais, educadores, alunos, ex-alunos e a comunidade em geral. Padre Carlos Sebastião espera acolher também os membros de grupos da Família Salesiana do Norte do Estado do Rio de Janeiro. Em seguida, um ato solene irá homenagear algumas das muitas pessoas que ajudaram a construção da história salesiana em Campos dos Goytacazes.



O IDB fica na Avenida Dom Bosco, 49 - Parque Dom Bosco. Outras informações podem ser obtidas no telefone (22) 2101-4900 ou no endereço www.salecampos.g12.br.





Fonte: DECO - Sofia Vecce

Publicada em: 11/08/2009