domingo, 25 de outubro de 2009

Entrevista feita com a Esmeralda do Carmo Ortiz

Como você se sentia quando, aos 8 anos, tinha que pedir esmola todos os dias com sua mãe? (Regiane Camargo e Isabela Passos)


Eu achava muito triste. Às vezes eu queria brincar e não podia porque tinha que pedir esmola. Às vezes eu queria ir para a escola e não podia porque tinha que pedir esmola para sustentar a casa. Era difícil para mim a humilhação... As pessoas falam um monte! Fecham a porta na tua cara! Foi muito difícil, muito doloroso, mas eu sabia que o único meio de me sustentar naquele momento era pedindo esmola.

Por que você fugiu de casa? O principal motivo para as crianças fugirem são os maus-tratos que recebem em casa? (Regiane Camargo, Cayo Vieira, Flávia Jannini)

O que desestruturou a minha família foi o álcool, que tira o amor, o afeto e gera a violência. E uma coisa leva à outra. A minha família era muito pobre, minha mãe nunca estudou e sofri abusos sexuais na minha própria casa. Tudo isso fez com que eu fugisse. Mas a origem do problema está em uma coisa só: o álcool.

Ainda existem mães que batem nos filhos? Por que você apanhava tanto? (Alessandra Figueira e Gustavo Semmler)

Apanhar, às vezes, não é motivo para alguém sair de casa. Todo ser humano, ou a maioria das pessoas, já tomou uns tapas quando era pequeno. Só que eu apanhava constantemente. E outra: sei lá, a minha mãe não tinha paciência para cuidar de nós e, às vezes, quem está com um problema desconta nas crianças. A minha mãe tinha problemas e descontava em mim e nos meus irmãos.

Como foi viver na rua, ficar sem família, e o que você sentiu nesses anos todos? (Cristiane Bevilacqua, Liz Araújo, Gleidson Garcia, Vilmar Pacewicz Jr. e Gabriela Pinto)

Eu sempre tinha a esperança de achar alguém que um dia cuidasse de mim. Uma mãe, né? Para mim era muito difícil, mas era obrigada a aceitar aquilo porque tinha a idéia fixa de que, para mim, era melhor estar na rua que em casa, mesmo sabendo que ia ficar sem mãe, sem carinho e sem nada. Mas eu sonhava em ter um dia uma mãe para me dar proteção.

O que você pensava quando estava na rua e como você via o seu futuro? Você pensou em se prostituir? (Mariana Reis, Henry Barthman e Rebeca Hartherly)

Em me prostituir não, porque eu tinha traumas. Fui muitas vezes estuprada violentamente e tinha medo de homens. Eu fiquei quase dez anos sem me relacionar com ninguém. Só agora eu comecei, porque só agora estou me recuperando desse trauma. O processo é lento. Tudo era muito difícil, mas em me prostituir eu nunca pensei. Sobre o meu futuro, eu sonhava em ser juíza para prender todos os policiais que me batiam (risos).

Sobre a violência de que você foi vítima, quem tratou você com mais violência, foram os inspetores da Febem? (Patrick Lucas)

Foi a sociedade. Foi a discriminação, o preconceito, a exclusão, o apartheid, o fascismo. É isso que a escola não fala. Então, a maior violência foi a falta de direito de estudar, trabalhar, levar uma vida digna, ter uma família. O direito da minha mãe também foi violado porque ela também era pobre e tinha que pedir esmola para sobreviver. A única alternativa que a sociedade lhe dá é a Febem, porque você está muito revoltado. É tudo isso que eu falei. A maior violência é viver numa sociedade hipócrita, fascista entre aspas, entendeu? As pessoas têm que começar a aprender sobre essa questão, porque é a realidade! A Febem foi dura, cruel, eu fui parar lá e apanhei, mas a sociedade como um todo também foi. E a alternativa que ela lhe dá é: Roubou? Febem!

Lógico que não fui coitadinha. Eu roubei, usei drogas, trafiquei. Mas uma coisa gera a outra, se você for buscar a origem do problema... E muitas pessoas e as escolas não falam sobre isso. Falam das conseqüências, mas não das causas. E é uma coisa que deveria ser discutida. Você vai à escola e não aprende quase nada sobre as questões reais. Não adianta viver no passado e ignorar o que está acontecendo ao seu redor. E é preciso falar de uma maneira que os alunos entendam.

Por que você roubou e virou traficante? (Vanessa Souza e André Cavalheiro)

É um instinto de sobrevivência. Às vezes, ninguém fica com dó de você e lhe dá um prato de comida. Às vezes, você tem que agir por compulsão, roubar mesmo. E na rua isso acaba se tornando freqüente... Você quer usar droga e já sabe que roubar é mais fácil. Mas tudo isso é um instinto de sobrevivência, é uma situação que a sociedade impõe para você. Ela lhe dá a rua, mas não uma escola e o direito de viver uma vida digna. Então você acaba escolhendo a outra alternativa: roubar, usar drogas, traficar, se revoltar. Para a sociedade, para quem está lá em cima, é melhor você usar droga, porque assim ela não vai gastar dinheiro com você. Daqui a um ano você vai estar morto e ser um problema a menos, não é verdade?

Por que você usou drogas? Como isso acontece na rua: as crianças aceitam de alguém, a polícia é quem as ajuda a obter a droga ou elas acabam experimentando drogas porque ali todo mundo usa? (Rafael Damasceno, Patrick Lucas, Mariana Cunha, Luca Bacille, Isabela Passos, Aline Batista, Karla Nascimento e Amanda Santos)

Meu contato com drogas sempre foi muito próximo. Em casa tinha álcool, na rua tinha droga. Você acaba tendo que escolher, porque a dor é imensa, assim como o medo, o vazio, a carência. A droga, naquele momento, serviu de refúgio. Drogada, eu não sentia medo, não sentia frio, não sentia discriminação. Mas depois comecei a ficar dependente. Vivia para usar, usava para viver. Então voltei a ter medo de tudo e foi muito difícil.

Você sabia dos riscos de usar drogas? Qual a pior conseqüência que isso lhe trouxe? Você teve medo de não se curar do vício? (Mariana Tamura, Cristiane Bevilacqua e Carolina Teodoro)

Eu tinha consciência do risco que estava correndo por usar drogas. Era um jogo, né? Eu não sabia quem ia perder, e eu perdi para elas. Só não dancei. Mas as drogas causaram muito sofrimento para mim. Todos os momentos em que usava crack, eu sofria muito. Não tomava banho, não comia, vivia em depressão, no vazio. Foi horrível a minha vida com o crack.

Você superou os traumas da violência, inclusive sexual, das drogas e dos abusos de que você foi vítima? Que conseqüências isso trouxe na sua vida? (Raquel, Patrick Lucas e Isabela Passos)

Descobri que tinha que perdoar o meu passado para viver um presente legal - eu conto isso numa parte do livro. Se viver com ressentimentos dos estupros, nunca vou me liberar desses traumas, entendeu? Se viver com ressentimento da minha mãe por tudo que ela fez, nunca vou dar um passo à frente. Não posso ficar vivendo as coisas lá atrás, senão fico naquele triângulo: culpa - raiva - medo. Então, já me recuperei 90%, mas ainda estou me recuperando. Tive que perdoar meu passado, em terapias, em terapias de grupo. Partilhando bastante essas minhas coisas com honestidade, eu vou me libertando, mas o processo é lento porque, quando você é vítima, fica mais difícil. Eu aprendi a perdoar e as coisas vão acontecendo. Se vivesse com ressentimento, visualizando o meu passado, nunca conseguiria crescer.

Quem a ajudou e quem lhe deu apoio para que você saísse da rua? (Antonio Valle Jr., Mariana Andrade, Érica Falcão)

Uma ONG chamada Projeto Travessia e também a minha força de vontade de lutar contra tudo isso. Eles foram à Praça da Sé, fizeram um trabalho comigo e depois me resgataram da rua e arrumaram uma casa para eu morar.

Como diz o título do seu livro, por que você não dançou? E como arranjou forças para mudar de vida e superar os preconceitos? (Lilian Turner, Regina Albuquerque, Daiane Freitas, Millena Souza e Carla Febel)

Eu não dancei porque descobri o amor pela vida. E também porque vi que não dava mais. A droga tinha me vencido e eu tinha que me libertar disso. Parei com a dor e fui descobrir o amor quando já estava me recuperando. Eu tinha tudo para dançar...

Como a fé a ajudou em sua recuperação? Você acredita em Deus ou em reencarnação? (Isabela Passos)

Eu acredito muito em Deus. Nos piores momentos, Deus sempre esteve comigo. Sempre senti Deus ao meu lado até agora. Foi uma força maior que me orientou para que pudesse pedir ajuda, para conseguir viver. Eu acredito muito em Deus e, em tudo que eu faço, coloco Deus em primeiro lugar. Você tem que confiar em um poder maior, estar bem espiritualmente para aprender a tomar decisões completas. Estando bem espiritualmente, você consegue alcançar sucesso. Mas eu não tenho religião nenhuma. O que eu tenho é muita fé em Deus.

E depois desse trabalho de ressocialização que a ONG fez com você, como é sua vida hoje em dia? Você saiu da pobreza, ainda mora na rua ou acha que se reintegrou definitivamente à sociedade? (Regiane Camargo, José Dilson Oliveira Jr. e Erika Maffei)

Hoje eu trabalho, estudo, tenho minha casa e amigos. É uma vida normal, como a de qualquer outra pessoa. Foi uma conquista superlegal, porque foi tudo fruto do meu esforço. Eu não tive papai nem mamãe para me ajudar. Eu tive que lutar e cada coisa que conquistei foi fruto do meu suor, o que é ainda mais gratificante. Quando é uma coisa batalhada, você dá mais valor.

Você sente saudades dos amigos que fez na rua? (Carolina Teodoro)

Eu sinto muita saudade e me lembro de todo mundo. De vez em quando, vou visitá-los. Mas não posso mais me misturar com eles porque o problema é muito sério. Se eu ficar indo para a Sé direto [Praça da Sé, em São Paulo], vou ver todo mundo roubando, usando droga, e corro o risco de voltar para essa vida rapidinho.



E seus irmãos, você os encontrou novamente? (Juliana Silva, Mariana Andrade e Lorena Passos)

Meu irmão está preso agora, no Carandiru [Casa de Detenção do Carandiru, maior penitenciária do Brasil, com mais de 7.000 presos]. Eu estou tentando ajudá-lo da melhor maneira, só que é difícil, porque, às vezes, a pessoa não quer mudar. Aí fica aquela briga e você acaba tendo que abrir mão mesmo. Eu e meu irmão paramos de ter contato por motivos pessoais. É difícil para a família tentar ajudar uma pessoa que não quer, entendeu?

Quantos anos você tem e em que série está? O que você sentia quando seus amigos de escola a chamavam de favelada? (Ana Carolina Bertholdo, Roberta Souza e José Dilson Oliveira Jr.)

Eu tenho 21 anos e estou no segundo ano colegial. Eu me sentia inferior. Achava que todos eram melhores que eu. Eu não me aceitava e aquilo me doía muito. Esse preconceito me afastava da escola.

O seu principal projeto é passar no vestibular? Em que curso? Você acha que terá as mesmas oportunidades que os outros concorrentes? (Rafael "Lord Kill" Batista, Letícia Marcondes, Ana Carolina Ribeiro, Luciano Meira)

Eu me acho normal como qualquer outra pessoa e me acho capaz de lutar por uma vaga. Já lutei por tudo nessa minha vida. Passar no vestibular é fichinha, não que eu seja CDF. Mas eu vou fazer de tudo para entrar numa faculdade. Eu quero estudar Antropologia e a cultura afro, mas antes quero fazer Comunicação. Isso é uma meta, não uma barreira, e depende do meu esforço, depende de mim. O difícil eu já consegui. O resto é fichinha.

Você acha que uma criança que tem condições parecidas com as que você teve vai conseguir estudar e construir a sua vida? Como você fez isso sem a ajuda de outras pessoas? (Aluno(a) não se identificou)

Depende. É difícil explicar. Mas, se houver ajuda, se houver intervenção para essa criança mudar, ela vai conseguir, sim. Se você fizer um trabalho com ela antes que cheguem os piores problemas, é bem melhor.

Como você virou autora e por que quis escrever o livro? Foi muito difícil escrevê-lo? Você gostou de escrever um livro para contar a sua história? (Regina Albuquerque, Daniela Alcântara, Fernanda Carvalho)

Foi difícil, mas o Gilberto Dimenstein me ajudou, e o cara é um puta escritor, né? Eu cheguei um dia para o Gilberto e perguntei se ele podia me ajudar, do mesmo jeito que estou falando com você, do nada! E ele topou! Mas falar de si mesmo dói... Mexer em todo o seu passado, ainda mais sabendo que milhares de pessoas vão ler. Mas para mim foi um conforto, parece que tirei um peso das minhas costas. Demorou seis meses para eu escrever e dois para entrar na gráfica. Mas foi uma conquista minha. Meu sonho era ser escritora e foi legal.

O que você gosta de fazer, além de escrever? (Aluno(a) não se identificou)

Eu gosto de ler (risos). Gosto de livros que falam da cultura afro e sobre negros. Podem ser de qualquer tipo: livros meio antropológicos, não muito, porque senão eu não tenho paciência (risos), biografias, enfim, livros que falam da vida real.

Você pretende trabalhar com meninos de rua, participar de alguma campanha, como o professor Roberto Carlos da Silva, que ajuda menores carentes? Que idéias você tem para acabar com as crianças de rua no Brasil? (Patrick Lucas, José Eduardo Andrade e Rebeca Hatherly)

Eu trabalho numa ONG que lida com crianças, jovens e adolescentes de diversos segmentos da sociedade: escolas públicas, privadas, instituições, Febem, ONGs, meninos de periferia, meninos que ainda estão na rua. É o Projeto Aprendiz, coordenado pelo Gilberto Dimenstein, que ensina crianças a fazer mosaicos. Esse projeto atende diretamente na Praça da Sé. Mas na rua eu não quero trabalhar. Eu sei que não dá para voltar aos velhos amigos, aos velhos hábitos, porque isso pode me prejudicar. Para solucionar esse problema das crianças de rua, tem que se investir mais nas pessoas, na família, antes de as crianças irem para a rua. Também é preciso investir mais em projetos sociais, mas não só com menores de rua não. Eu fui menor e hoje sou maior. Quem foi criança hoje é adulto. Tem que melhorar o sistema no Brasil. É preciso um acompanhamento até a pessoa poder se estabelecer. Caso contrário, não adianta fazer trabalho só com criança. É trabalho vão, tempo jogado fora, porque há pessoas que têm 18 anos e não têm aonde ir. As portas são fechadas para eles! E eles têm que se virar, voltar para a rua, roubar e fazer um monte de coisas. Tem muito mendigo louco - mesmo sem usar drogas - porque a vida acaba deixando a pessoa meio biruta. Ela começa a ficar louca, a falar sozinha. Mas um dia esse mendigo foi criança também. As pessoas passam e nem se interessam: "Ah! É mendigo." Mas ninguém sabe o sofrimento dele, ninguém sabe por que ele está nessa situação.

Você, como escritora, tem uma mensagem ou conselho para as crianças do Brasil, especialmente para as que estão passando pela mesma situação que você já passou? (Rebeca Hatherly, Caroline Pedrozo, Julia Souza e Isabela Passos)

Elas nunca devem deixar o sonho morrer porque, se você desistir, se deixar seus sonhos se apagarem, perderá a visão de que pode ter um futuro melhor, de que pode resistir e lutar para isso.

Qual é seu grande sonho? Você já conseguiu realizá-lo? (Julia de Souza)

Eu tenho metas agora e já estou conseguindo realizar o meu sonho. Quando você coloca um sonho em prática, você estabelece metas em cima dele. Meu sonho era ter uma escola, um lar, amigos. Hoje eu tenho escola, lar, amigos, mas preciso investir na minha educação. Mas meu grande é sonho é viver numa sociedade onde haja espaço para todos. O mundo é tão maravilhoso! E Deus escolheu um pedaço para cada um e deu de bandeja para todo mundo. É preciso que haja espaço para todos, é o que eu penso.

Que alerta que você faria para as pessoas que não sabem o sofrimento que você passou, que só vêem as crianças pelo vidro do carro? (Letícia Rosa)

Eu acho que vale mais um minuto de atenção do que um real. Perguntar o que a pessoa está precisando e ajudar, entendeu? Hoje é aquela pessoa, mas amanhã isso pode acontecer na sua própria casa, na sua família. Você tem que estar sempre atento para não fechar as portas e não dar as costas para essas pessoas.

ATIVIDADE AVALIATIVA 2 - 2° ano EM Salesiano Campos

Em dupla, observe a letra da música de Arnaldo Antunes e Antonio Pinto e responda em folha, qual a relação que esta tem com o fato social? Dê argumentos.

PEQUENO CIDADÃO

ARNALDO ANTUNES E ANTONIO PINTO

Agora pode tomar banho

Agora pode sentar pra comer

Agora pode escovar os dentes

Agora pega o livro, pode ler

Agora tem que jogar videogame

Agora tem que assistir TV

Agora em que comer chocolate

Agora tem que gritar pra valer

Agora pode fazer a lição

Agora pode arrumar o quarto

Agora pega o que jogou no chão

Agora pode amarrar o sapato

Agora tem que jogar bola dentro de casa

Agora tem que bagunçar

Agora tem que sujar de lama

Agora tem que pular no sofá

É sinal de educação

Fazer sua obrigação

Para ter o seu direito de pequeno cidadão

SOCIOLOGIA DE ÈMILE DURKHEIM

O SURGIMENTO DA SOCIOLOGIA

Augusto Comte (1798-1857) é radicalmente considerado o pai da sociologia. Foi ele quem pela primeira vez usou essa palavra, em 1839, no seu Curso de Filosofia Positiva. Mas foi com Émile Durkheim (1858 – 1917) que a Sociologia passou a ser considerada uma ciência e como tal se desenvolveu.

Durkheim formulou as primeiras orientações para a Sociologia e demonstrou que os fatos sociais tem características próprias, que os distinguem dos que são estudados pelas outras ciências. Para ele, a Sociologia é o estudo dos fatos sociais. Tem por finalidade explicar a sociedade, encontrar soluções para a vida social e estabelecer uma classificação das espécies sociais (morfologia social): solidariedade mecânica (sociedades pré-capitalistas) e solidariedade orgânica (sociedades capitalistas)

FATOS SOCIAIS

Um exemplo simples nos ajuda a entender o conceito de fato social, segundo Durkheim. Se um plano chegasse à escola vestido com roupa de praia, certamente ficaria numa situação muito desconfortável: os colegas ririam dele, o professor lhe daria uma enorme bronca e provavelmente o diretor o mandaria de volta para pôr uma roupa adequada.

Existe um modo de vestir que é comum, que todos seguem. Isso não é estabelecido pelo indivíduo. Quando ele entrou no grupo, já existia tal norma, e, quando ele sair, a norma provavelmente permanecerá. Quer a pessoa goste, quer não, vê-se obrigada a seguir o costume geral. Se não o seguir, sofrerá uma punição. O modo de vestir é um fato social. São fatos sociais também a língua, o sistema monetário, a religião, as leis e uma infinidade de outros fenômenos do mesmo tipo.

Para Durkheim, os fatos sociais são o modo de pensar, sentir e agir de um grupo social. Embora os fatos sociais sejam exteriores, eles são introjetados pelo individuo e exercem sobre ele um poder coercitivo. Resumindo, podemos dizer que os fatos sociais tem as seguintes características:

• Generalidade – o fato social é comum aos membros de um grupo;

• Exterioridade – o fato social é externo ao individuo, existe independentemente de sua vontade;

• Coercitividade – Os indivíduos se sentem obrigados a seguir o comportamento estabelecido. A coerção social pode ter características legais ou espontâneas.

Em virtude dessas características, para Durkheim os fatos sociais podem ser estudados objetivamente, como “coisas”. Da mesma maneira que a Biologia e a Física estudam os fatos da natureza, a Sociologia pode fazer o mesmo com os fatos sociais.

“É um fato social toda a maneira de fazer, fixada ou não, suscetível de exercer sobre o indivíduo uma coação exterior”, ou ainda, “que é geral no conjunto de uma dada sociedade tendo, ao mesmo tempo, uma existência própria, independente das suas manifestações individuais.” Podendo ser normal ou patológico.

OS NOVOS DESAFIOS PARA A SOCIOLOGIA

As obras de Durkheim foram importantíssimas para definir os métodos de trabalho dos sociólogos e estabelecer os principais conceitos da nova ciência. Entre essas obras, destacamos A divisão do trabalho social, As regras do método sociológico e O suicídio.

A partir da segunda metade do século XX, com o fortalecimento do capitalismo, que se tornou também mais complexo, a Sociologia ganha nova importância, deparando-se com questões com que até então não havia se preocupado.

Estudo de questões como ruptura de normas sociais, desagregação familiar, cidadania, minorias, violência, crimes levaram a Sociologia a procurar respostas para os novos desafios, que exigem uma análise científica de todos os aspectos da vida em sociedade, para entender o presente e projetar o futuro.

A Sociologia moderna coube debruçar-se sobre todos os agentes sociais que provocam profundas modificações na sociedade. Assim foi consolidando o seu papel, a medida que definiu sua forma de pesquisa, análise e interpretação dos fenômenos sociais. O sociólogo, por sua vez, não pode perder de vista a noção de relatividade dos fenômenos sociais e as diversas formas como esses fenômenos se apresentam no mundo de hoje. Como exemplo de relatividade de fenômeno social, temos o desemprego, que pode ocorrer em determinados países e em outros não, pois depende muito do desempenho da economia de cada país e das regras que norteiam cada política social.

Alguns exemplos de fatos sociais:

O casamento é um exemplo de fato social o qual nos deparamos a todo momento também em nossa sociedade. Todo o círculo de parentes e de igual maneira amigos que, claro o cercam de forma direta ou indireta impõe que, claro o cidadão deve se casar e de igual maneira constituir uma família. "e você já se casou...", quem nunca se deparou com uma pergunta desta ao rever um grande amigo, ou numa reunião com seus familiares que, claro não os via há um bom tempo. Apesar de ser dotado de um poder coercitivo, aceitamos o mesmo de bom grado;

Direito é fato social, uma vez que, do ponto de vista normativo, direito é o complexo de normas, exteriores ao indivíduo, que coage a agir de determinada maneira;

Qualquer situação social (festa, namoro, encontro entre amigos, paquera, etc) é um fato social;

Os impostos é um fato social;

A educação que recebemos deste criança é um fato social;

Jogar lixo no chão ou fumar em certos lugares é um fato social.

Crime é uma fato social.

OS FATOS SOCIAIS NA MÚSICA DE ARNALDO ANTUNES

A melhor maneira de entender a sociedade em que se vive é através de sua produção cultural. Não é novidade que pela música, por exemplo, diversos conceitos e temas podem ser trabalhados a fim de entender melhor os conceitos sociológicos.

Numa música, que ainda não foi lançada, composta pelo artista Arnaldo Antunes, em parceria com Antonio Pinto, podemos comprovar tal idéia. O trabalho faz parte de um projeto do ex-titã, juntamente com outros artistas, que reúne canções para um CD só com músicas infantis.

A primeira música, que dá nome ao CD, tem um título sugestivo, chama-se “Pequeno cidadão”. Ao longo de toda a letra nos deparamos com uma seqüência de ordens ao qual toda criança está acostumada.

Mesmo as atividades que proporcionam prazer surgem totalmente vigiadas por alguém, ou melhor, por um adulto, que de uma forma coercitiva controla tudo de maneira a estabelecer as regras e as normas. Podemos utilizar essa letra para entender melhor o conceito de “fato social” elaborado pelo sociólogo francês Émile Durkheim (1858-1917). O pensamento de Durkheim propõe-se a estudar a estrutura reguladora da sociedade, por isso a educação é um dos exemplos preferidos desse intelectual, pois é através dela (a educação) que os indivíduos passam a conhecer as regras da sociedade em que vive. Na música de Arnaldo Antunes prevalece a todo o momento uma atitude reguladora para que a criança aprenda a ser desde cedo um “Pequeno cidadão”

PEQUENO CIDADÃO

ARNALDO ANTUNES E ANTONIO PINTO

Agora pode tomar banho

Agora pode sentar pra comer

Agora pode escovar os dentes

Agora pega o livro, pode ler

Agora tem que jogar videogame

Agora tem que assistir TV

Agora em que comer chocolate

Agora tem que gritar pra valer

Agora pode fazer a lição

Agora pode arrumar o quarto

Agora pega o que jogou no chão

Agora pode amarrar o sapato

Agora tem que jogar bola dentro de casa

Agora tem que bagunçar

Agora tem que sujar de lama

Agora tem que pular no sofá

É sinal de educação

Fazer sua obrigação

Para ter o seu direito de pequeno cidadão

Foco de Debate: As mazelas do desenvolvimentismo na teoria e na prática sob a luz do livro “Esmeralda, por que não dancei de Esmeralda do Carmo Ortiz”.


Disciplinas e profissionais envolvidos: Português, Sociologia, Assistentes Sociais e Psicólogo.

Local: Sala de Multimeios

Data: 04/11 (3° ano B) e 09/11 (3° ano A)

Horário: 14hs ás 15h30

Apresentação Oral será feita com slydes e sem o uso do papel na mão;

Apresentação Escrita constará de um resumo do capítulo com as ponderações do grupo, além de uma crítica relativo à seguinte pergunta: O que o capítulo tem haver com o assunto estudado?



DIA 04/11



Capítulos que serão debatidos:



Capítulo 6 – Travessia;

Grupo: Karen, Flávia, Júlia Guedes, Leonardo, Thalita, Marcos Viterbo e Marcelo.



Capítulo 3 – A primeira fuga

Grupo: Maiany, Marcela, Paola, Letícia, Layla e Ellen.



Capítulo 7 – A última chance

Grupo: Anelise, Luísa Soares, Natália Rocha, Pedro Lobo, Matheus e Juliana Chagas



Capítulo 8 – Recaída

Grupo: Luciano Mothé, Gabriel Ruis, Nathalia Cordeiro, Eduardo Teixeira, Solange, Gabriel Martins, Estaine e Rafael Barbosa



Capítulo 9 – Hora de mudar

Grupo: Brenda, João Paulo, Lucas Murad, Lucas Simões, Luiza Marques e Olívia Soares.



Capítulo 10 e 11 – Com teto e por que não dancei

Grupo: Daíza, Vitor Escocard, Lucas Gonçalves, Francine, Amanda Barreto, Ronaldo, Lucas Borges e Miguel.



Tempo de apresentação para cada grupo será de 10 minutos. O restante será aproveitado com debate e fala do profissional convidado.





DIA 09/11



Capítulos que serão debatidos:



Capítulo 1 – O chuveiro

Grupo: Lívia, Laíse, Nayara, Thiago Mothé, Bruna Barreto, Frank Ronie, Juliana Sanguedo, Luiza Maia, Marcela, Felipe e Luiza Ribeiro.



Capitulo 4 – O crack

Grupo: Amanda Maia, Fernanda Poley, Fernanda das Dores, Synara, Laísa Vianna, Jéssica Gomes, Thiago Martins, João Pedro e Lucas Parente.



Capítulo 5 – A morte da mãe

Grupo: Tadeu Elias, Bianka Azevedo, Larissa Pereira, Juliana Riter, Milena Pereira, Mariane Sá, Bruno Soares, João Cesar, Arthur Medrado, Igor Ayran, Pedro Brandão e Thaís Gomes.



Capítulo 2 – Vontade de Matar

Grupo: Igor Klem, Ruan, Hugo, Carlos Alberto, Antônio Ivo, Lucas Seixas, Raphael, Bruna Maciel, Yara, Pamela, Thamara, Carol, Larissa Tavares e Nayara Lohany.

ATIVIDADE AVALIATIVA - 1° ano EM do SALESIANO

Prezados alunos, após a leitura deste artigo sobre Ética e Moral, escolham uma imagem postada no blog (sociologiaearte.blogspot.com) e façam uma análise crítica, descrevendo-a em 10 linhas em formato digital fazendo uma relação com as músicas tocadas nas aulas da semana de 05/10 à 09/10, colocando as suas impressões, observando o todo e a parte, as mensagens subliminares, ou seja, cada detalhe implícito ou explicito e entregue digitado com capa ao professor de sociologia até o dia 04/11/09 em sala-de-aula.
Texto:


ÉTICA E MORAL

Existe alguma confusão entre o Conceito de Moral e o Conceito de Ética. A etimologia destes termos ajuda a distingui-los, sendo que Ética vem do grego “ethos” que significa modo de ser, e Moral tem sua origem no latim, que vem de “mores”, significando costumes.

Esta confusão pode ser resolvida com o estudo em paralelo dos dois temas, sendo que Moral é um conjunto de normas que regulam o comportamento do homem em sociedade, e estas normas são adquiridas pela educação, pela tradição e pelo cotidiano. É a “ciência dos costumes”. A Moral tem caráter normativo e obrigatório.

Já a Ética é “conjunto de valores que orientam o comportamento do homem em relação aos outros homens na sociedade em que vive, garantindo, assim, o bem-estar social”, ou seja, Ética é a forma que o homem deve se comportar no seu meio social.

A Moral sempre existiu, pois todo ser humano possui a consciência Moral que o leva a distinguir o bem do mal no contexto em que vive. Surgindo realmente quando o homem passou a fazer parte de agrupamentos, isto é, surgiu nas sociedades primitivas, nas primeiras tribos. A Ética teria surgido com Sócrates, pois se exige maior grau de cultura. Ela investiga e explica as normas morais, pois leva o homem a agir não só por tradição, educação ou hábito, mas principalmente por convicção e inteligência. Ou seja, enquanto a Ética é teórica e reflexiva, a Moral é eminentemente prática. Uma completa a outra.

Em nome da amizade, deve-se guardar silêncio diante do ato de um traidor? Em situações como esta, os indivíduos se deparam com a necessidade de organizar o seu comportamento por normas que se julgam mais apropriadas ou mais dignas de ser cumpridas. Tais normas são aceitas como obrigatórias, e desta forma, as pessoas compreendem que têm o dever de agir desta ou daquela maneira. Porém o comportamento é o resultado de normas já estabelecidas, não sendo, então, uma decisão natural, pois todo comportamento sofrerá um julgamento. E a diferença prática entre Moral e Ética é que esta é o juiz das morais, assim Ética é uma espécie de legislação do comportamento Moral das pessoas.

Ainda podemos dizer que a ética é um conjunto de regras, princípios ou maneiras de pensar que guiam, ou chamam para si a autoridade de guiar, as ações de um grupo em particular, ou, também, o estudo da argumentação sobre como nós devemos agir.

Também a simples existência da moral não significa a presença explícita de uma ética, entendida como filosofia moral, pois é preciso uma reflexão que discuta, problematize e interprete o significado dos valores morais.

Podemos dizer, a partir dos textos de Platão e Aristóteles, que, no Ocidente, a ética ou filosofia moral inicia-se com Sócrates.

Para Sócrates, o conceito de ética iria além do senso comum da sua época, o corpo seria a prisão da alma, que é imutável e eterna. Existiria um “bem em si” próprios da sabedoria da alma e que podem ser rememorados pelo aprendizado. Esta bondade absoluta do homem tem relação a uma ética anterior à experiência, pertencente à alma e que o corpo para reconhecê-la terá que ser purificado.

Aristóteles subordina sua ética à política, acreditando que na monarquia e na aristocracia se encontraria a alta virtude, já que esta é um privilégio de poucos indivíduos. Também diz que na prática ética, nós somos o que fazemos, ou seja, o Homem é moldado a medida em que faz escolhas éticas e sofre as influencias dessas escolhas.

O Mundo Essencialista é o mundo da contemplação, idéia compartilhada pelo filósofo grego antigo Aristóteles. No pensamento filosófico dos antigos, os seres humanos aspiram ao bem e à felicidade, que só podem ser alcançados pela conduta virtuosa. Para a ética essencialista o homem era visto como um ser livre, sempre em busca da perfeição. Esta por sua vez, seria equivalente aos valores morais que estariam inscritos na essência do homem. Dessa forma – para ser ético – o homem deveria entrar em contato com a própria essência, a fim de alcançar a perfeição.

Costuma-se resumir a ética dos antigos, ou ética essencialista, em três aspectos: 1) o agir em conformidade com a razão; 2) o agir em conformidade com a Natureza e com o caráter natural de cada indivíduos; 3) a união permanente entre ética (a conduta do indivíduo) e política (valores da sociedade). A ética era uma maneira de educar o sujeito moral (seu caráter) no intuito de propiciar a harmonia entre o mesmo e os valores coletivos, sendo ambos virtuosos.

Com o cristianismo romano, através de S. Tomás de Aquino e Santo Agostinho, incorpora-se a idéia de que a virtude se define a partir da relação com Deus e não com a cidade ou com os outros. Deus nesse momento é considerado o único mediador entre os indivíduos. As duas principais virtudes são a fé e a caridade.

Através deste cristianismo, se afirma na ética o livre-arbítrio, sendo que o primeiro impulso da liberdade dirige-se para o mal (pecado). O homem passa a ser fraco, pecador, dividido entre o bem e o mal. O auxílio para a melhor conduta é a lei divina. A idéia do dever surge nesse momento. Com isso, a ética passa a estabelecer três tipos de conduta; a moral ou ética (baseada no dever), a imoral ou antiética e a indiferente à moral.

As profundas transformações que o mundo sofre a partir do século XVII com as revoluções religiosas, por meio de Lutero; científica, com Copérnico e filosófica, com Descartes, oprimem um novo pensamento na era Moderna, caracterizada pelo Racionalismo Cartesiano – agora a razão é o caminho para a verdade, e para chegar a ela é preciso um discernimento, um método. Em oposição à fé surge agora o poder exclusivo da razão de discernir, distinguir e comparar. Este é um marco na história da humanidade que a partir dai acolhe um novo caminho para se chegar ao saber: o saber científico, que baseia-se num método e o saber sem método é mítico ou empírico.

A ética moderna traz à tona o conceito de que os seres humanos devem ser tratados sempre como fim da ação e nunca como meio para alcançar seus interesses. Essa idéia foi contundentemente defendida por Immannuel Kant. Ele afirmava que: “não existe bondade natural. Por natureza somos egoístas, ambiciosos, destrutivos, agressivos, cruéis, ávidos de prazeres que nunca nos saciam e pelos quais matamos, mentimos, roubamos”.

De acordo com esse pensamento, para nos tornarmos seres morais era necessário nos submetermos ao dever. Essa idéia é herdada da Idade Média na qual os cristãos difundiram a ideologia de que o homem era incapaz de realizar o bem por si próprio. Por isso, ele deve obedecer aos princípios divinos, cristalizando assim a idéia de dever. Kant afirma que se nos deixarmos levar por nossos impulsos, apetites, desejos e paixões não teremos autonomia ética, pois a Natureza nos conduz pelos interesses de tal modo que usamos as pessoas e as coisas como instrumentos para o que desejamos. Não podemos ser escravos do desejo.

No século XIX, Friedrich Hegel traz uma nova perspectiva complementar e não abordada pelos filósofos da Modernidade. Ele apresenta a perspectiva Homem – Cultura e História, sendo que a ética deve ser determinada pelas relações sociais. Como sujeitos históricos culturais, nossa vontade subjetiva deve ser submetida à vontade social, das instituições da sociedade. Desta forma a vida ética deve ser “determinada pela harmonia entre vontade subjetiva individual e a vontade objetiva cultural”.

Através desse exercício, interiorizamos os valores culturais de tal maneira que passamos a praticá-los instintivamente, ou seja, sem pensar. Se isso não ocorrer é porque esses valores devem estar incompatíveis com a nossa realidade e por isso devem ser modificados. Nesta situação podem ocorrer crises internas entre os valores vigentes e a transgressão deles.

Já na atualidade o conceito de ética se fundiu nestas duas correntes de pensamento:

A ética praxista, em cuja visão o homem tem a capacidade de julgar, ele não é totalmente determinado pelas leis da natureza, nem possui uma consciência totalmente livre. O homem tem uma co-responsabilidade frente as suas ações.

A ética Pragmática, Com raízes na apropriação de coisas e espaços, na propriedade, tem como desafio à alteridade (misericórdia, responsabilização, solidariedade), para transformar o Ter, o Saber e o Poder em recursos éticos para a solidariedade, contribuindo para a igualdade entre os homens: “distribuição eqüitativa dos bens materiais, culturais e espirituais”.

O homem é visto, como sujeito histórico-social, e como tal, sua ação não pode mais ser analisada fora da coletividade. Por isso, a ética ganha novamente um dimensionamento político: uma ação eticamente boa é politicamente boa, e contribui para o aumento da justiça, distribuição igualitária do poder entre os homens. Na ética pragmática o homem é politicamente ético, – “todos os aspectos da condição humana, têm alguma relação com a política” – há uma co-responsabilidade em prol de uma finalidade social: a igualdade e a justiça entre os homens.

Na Contemporaneidade, Nietzsche atribui a origem dos valores éticos, não à razão, mas a emoção. Para ele, o homem forte é aquele que não reprime seus impulsos e desejos, que não se submete a moral demagógica e repressora. E para coroar essa mudança radical de conceitos, surge Freud com a descoberta do inconsciente, instância psíquica que controla o homem, burlando sua consciência para trazer à tona a sexualidade represada e que o neurotiza. Porém, Freud, em momento algum afirma dever o homem viver de acordo com suas paixões, apenas buscar equilibrar e conciliar o id com o super ego, ou seja, o ser humano deve tentar equilibrar a paixão e a razão.

Hoje, em uma era em que cada vez mais se fala de globalização, da qual somos todos funcionários e insumos de produção, o conhecimento de nossa cultura passa inevitavelmente pelo conhecimento de outras culturas. Entretanto essa tarefa antropológica não é suficiente para o homem comum superar a crise da ética atual conhecendo o outro e suas necessidades para se chegar a sua convivência harmônica. Ao contrário, ser feliz hoje é dominar progresso técnico e científico, ser feliz é ter. Não há mais espaço para uma ética voltada para uma comunidade. Hoje se aposta no individualismo, no consumo, na rapidez de produção.

No momento histórico em que vivemos existe um problema ético-político grave. Forças de dominação tem se consolidado nas estruturas sociais e econômicas, mas através da critica e no esclarecimento da sociedade seria possível desvelar a dissimulação ideológica que existe nos vários discursos da cultura humana, sabendo disso, essas mesmas forças tem procurado controlar a mídia.

Em lugar da felicidade pura e simples há a obrigação do dever e a ética fundamenta-se em seguir normas. Trata-se da “Ética da Obediência”. Que impede o Homem de pensar, e descobrir uma nova maneira de se ver, e assim encontrar uma saída em relação ao conformismo de massa que está na origem da banalidade do mal, do mecanismo infernal em que estão ausentes o pensamento e a liberdade do agir.

Pois assim determina Vasquez (1998) ao citar Moral como um “sistema de normas, princípios e valores, segundo o qual são regulamentadas as relações mútuas entre os indivíduos ou entre estes e a comunidade, de tal maneira que estas normas, dotadas de um caráter histórico e social, sejam acatadas livres e conscientemente, por uma convicção íntima, e não de uma maneira mecânica, externa ou impessoal”.

Enfim, Ética e Moral são os maiores valores do homem livre. O homem, com seu livre arbítrio, vai formando seu meio ambiente ou o destruindo, ou ele apóia a natureza e suas criaturas ou ele subjuga tudo que pode dominar, e assim ele mesmo se forma no bem ou no mal neste planeta.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

RESULTADO DA REAVALIAÇÃO DE SOCIOLOGIA DO INSTITUTO DOM BOSCO/SALESIANOS-CAMPOS

Resultado da Reavaliação

1° ano

Caio Mussi – 68,0
Gabriela Amaral – 90,0
Giovane Araújo – 85,0
Jhonatan Vassalo – 69,0
Marcelo Rangel – 90,0
Rafaella Rangel – 95,0
Raphael Barreto – 65,0
Thiago Artiles – 80,0
Murilo Rangel Nunes – 67,0
Eduardo Mota Azevedo -
Bruno dos Santos – 77,0
Agner N. da Silva – 80,0
Bianca Pereira – 90,0
Lucas Tavares – 75,0
João Marcus – 80,0


2° ano

Iago Panisset – 67,0
Natália Rodrigues Fontes – 73,0
Karen Moraes – 63,0
Raquel Duarte – 70,0
Heitor Andrade
Jéssica Nunes – 48,0
Márcio Pereira – 60,0
Saulo Pessanha – 72,0
Carolina Martins – 77,0
João Pedro Barreto Mesquita – 70,0
Filipe José – 65,0
Laura Borges – 80,0
Leonardo Manhães – 62,0
João Victor – 75,0
Patrício Flores – 65,0
Rômulo P.G. Barreto – 95,0
Thiago Leal – 75,0
Carlos Raphael – 80,0
Fernando Araújo – 69,0
Betina Siqueira – 60,0
Isabella Tavares – 23,0
Paula Chagas – 39,0
Camila Rodrigues – 78,0
Bruna de Aguiar – 72,0
Maria Clara – 64,0
Letícia Martins – 60,0
Augusto da R. – 84,0
Andrey Fagundes – 85,0
Rebecca de J. Santos – 95,0
Lorena Vianna – 80,0
Flávio da Pedrosa – 79,0
Leonardo Leixas – 60,0
Raphael Beraldi – 76,0
Igor Gomes Azevedo – 70,0
Diogo Almeida – 75,0
Thiago Ribeiro – 65,0
Raíza Tinoco Manhães – 75,0
Dayana Batista Araújo – 60,0

3° ano

Amanda Barreto – 45,0
Larissa Tavares – 52,0
Flávia Sanches – 45,0

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Cordel da Corrupção
Gustavo Dourado

Basta à Corrupção
Chega de impunidade
Suborno e concussão
Ladroagem, falsidade
Politicagem e canalhice
Contra a Sociedade...

Banqueiros e magnatas
Marajás e tubarões
Os políticos desonestos
Em palácios e aviões
Desviam o nosso dinheiro
Com as vis corrupções...

Maracutaias, falcatruas
Tramóias , picaretagem
A safadeza é geral
Comanda a pilantragem
A politicanalha surrupia
Nas câmaras da sacanagem...

Pilham o rico tesouro
Assaltam o público Erário
Roubam dos aposentados
Congelam nosso salário
Milhares de picaretasA fazer do povo: otário...

A Nação é enganada
Pela corja de ladrões
Prometem o céu e o mar
Bem antes das eleições
Depois que ganham o voto
Fazem festas nas mansões...

É roubo de todo tipo:Peculato, nepotismo
Apadrinhamento, desvios
Furtos e clientelismo
Mordomias, CC-5:
Só se vê fisiologismo...

Escândalo em todo canto:
A gatunagem é geral
Não se respeita o Povo
A traição é natural
Surrupiam as Empresas
E a Fazenda Estatal...

São raposas depravadas
Na porta do galinheiro
Falsificam o orçamento
Assaltam o financeiro
Nosso povo a passar fome:
Vai tudo pro Estrangeiro...

Milhões de desempregados
São vítimas da rapinagem
Os juros são imoraisVerdadeira sacanagem
A riqueza é concentradaPela alta bandidagem...

O Imposto é escorchante
Não dá mais pra agüentar
Quem trabalha é lesado
Não adianta reclamar
O dinheiro desaparece
Nos paraísos do além-mar...

50% de Imposto
Paga o trabalhador
É descontado na fonte
Nada paga o fraudador
O Imposto é embutido
No sangue de nossa dor...

IPTU...IPVA
CPMF letal
CID e Previdência
Imposto ditatorial
Falta escola e emprego:
Sobra fila no hospital...

É preciso que ocorra
Uma mudança total
Séria Reforma Política
Ação Educacional:
Os políticos desonestos:
Em Presídio Federal...

Reforme-se os parlamentos
A política nacional...
Câmaras e assembléias
Executivo e tribunal
Gente honesta no Poder:
Para acabar tanto mal...

Chega de malabarismos
Roubos nas licitações
As quadrilhas do orçamento
As famosas comissões
Cadeia para os corruptos:Corruptores...
Tubarões...

O Governo para o Povo:
Sem canalha no Poder
Mais escolas e empregos
Mais salário e prazer...
Um choque de Honestidade:
Pra História subverter...

POESIA SOBRE ÉTICA I

Homens de barro
(JOSÉ APARECIDO BOTACINI)

Os homens eretos
Curvam-se diante dos seus próprios desejos.
Pedras bonitas e lindos lampejos,
Esfinges douradas
Homens de barro
Presos pelos nós
Do seu próprio laço.
Por caminhos retos
Há Homens incertos
A caminhar.
Sobre os teus ombros
O peso dos escombros
Das mentiras na boca
E pensamentos desertos

IMAGENS - ÉTICA V







IMAGENS - ÉTICA IV







IMAGENS - ÉTICA III







IMAGENS - ÉTICA II







IMAGENS - ÉTICA I