quarta-feira, 14 de julho de 2010

Marcha em Soweto lembra o massacre

Milhares de pessoas saíram ontem às ruas na África do Sul para assinalarem o 34º aniversário do massacre contra estudantes em Soweto perpetrado por forças militares do regime do apartheid.
Em 1976, cerca de 10 mil estudantes negros protestavam contra o ensino obrigatório do afrikaans, a língua dos governantes do apartheid, em escolas de negros no país.
A manifestação era pacífica mas as forças da ordem responderam com violência, matando dezenas de estudantes, incluindo Hector Peterson, de 13 anos, que virou mártir por ser barbaramente assassinado. A sua foto, já depois de morto, percorreu o mundo.
Na manhã de ontem milhares de pessoas concentraram-se em Soweto, na rua onde aconteceu o massacre, e cantaram músicas da resistência negra. Na rua está erguido um memorial, inaugurado por Nelson Mandela em 1992, quando era Presidente da África do Sul. O local tornou-se um dos pontos turísticos mais visitados de Joanesburgo.
“Hoje depois de conseguirmos a liberdade, estamos orgulhosos do nosso feito. Foram movimentos como este que mudaram a história da África do Sul”, disse um activista que participou na célebre manifestação de protesto, Hector Peterson. “Antes estávamos banidos pela FIFA e hoje estamos a albergar o Campeonato do Mundo de Futebol”, sublinhou o activista sul-africano.
História do Massacre
Marcha pelo ensino mobiliza sociedade angolana

Estudantes, professores, sindicalistas ligados ao sector da Educação, representantes da UNESCO (Organismo das Nações Unidas para Educação e Cultura), participaram ontem numa marcha em prol da universalização do acesso ao Ensino.
Iniciativa da Rede da Sociedade Civil de Angola para a Educação para Todos até 2015, uma parceria do Ministério da Educação e a UNESCO, a marcha contou com a participação do ministro Pinda Simão, que se associou aos apelos para o aumento e diversificação dos financiamentos para Educação.
No trajecto entre o largo ex-José Pirão e o largo António Jacinto, junto à Biblioteca Nacional, foram ouvidas palavras de ordem como “um golo pela educação”, apelando para a necessidade de se conjugar esforços no sentido de dar corpo ao princípio da universalidade do ensino, enquanto objectivo do milénio. Os manifestantes apelavam ao Governo para que o financiamento para a educação chegasse a, pelo menos, 20 por cento do Orçamento Geral do Estado.
“Tendo em conta a grande crise que o mundo vive, nós estamos a fazer um apelo para que a crise financeira não prejudique os esforços que devem ser feitos pela educação, pois trata de um direito humano fundamental e é a chave para um desenvolvimento sustentável do mundo inteiro”, disse ao Jornal de Angola Victor Barbosa, coordenador da Rede da Sociedade Civil de Angola para a Educação para Todos.
“Nós defendemos que haja um orçamento dos governos de cerca de vinte por cento para a Educação, é uma meta que uns consideram ambiciosa e outros consideram alcançável, nós pretendemos que haja dentro da semana de Acção Global uma aula magna sobre o orçamento de Estado para a Educação em Angola, precisamos de conhecer em que é elaborado o orçamento, quais são as fontes que terminam as diferentes rubricas e como é gerido este dinheiro”, disse Victor Barbosa.
O coordenador da ONG nacional acrescentou que muitos professores fazem longas caminhadas para receberem os seus salários e acabam por prejudicar as aulas e que foi feito um grande esforço por parte do Governo de Angola, nos últimos anos, para a Educação – muitas escolas novas e mais professores, “contudo é necessário que o orçamento também esteja dirigido às actividades pedagógicas, para manutenção e funcionamento das infra-estruturas, para que haja mais investigação, pesquisa e para que se estimule os professores”.
No fim da marcha foi lida a mensagem da Directora Geral da UNESCO, Irina Bokova, em alusão à semana internacional da Educação, na qual sublinha que apesar de nos últimos anos muitos países terem aumentado os seus orçamentos na área da educação, é preciso um acréscimo no valor global na ordem de 16 milhões de dólares para garantir educação básica para todas as crianças, jovens e adultos até 2015 no mundo.
“Temos também de garantir que o financiamento para a educação atinja os grupos mais vulneráveis da sociedade. Muitas crianças, jovens e adultos vêem negada uma educação de qualidade, devido a factores como a pobreza, género, etnia, língua, localização ou deficiência”, realça a mensagem lida na ocasião pelo representante da Comissão Nacional da UNESCO, Alberto Zau.

Fonte: Jornal de Angola on line
Indicado para o 3°ano do Normal Médio - 1301/1302

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