quinta-feira, 6 de agosto de 2015

TEXTO PARA A ATIVIDADE I – SOCIOLOGIA – 2º ANO – ENSINO MÉDIO

Estudo mostra que quem deixa o emprego formal em busca de autonomia acaba tendo que trabalhar mais. 28 de maio de 2013 | 2h 06
MÁRCIA DE CHIARA - O Estado de S.Paulo

Quatro em cada dez brasileiros que estão hoje no mercado informal de trabalho como prestadores de serviços ou vendedores de produtos foram motivados a deixar o emprego formal em busca de autonomia e de flexibilidade no dia a dia. Mas, ao daremesse passo, eles acabam cumprindo uma jornada mais extensa do que teriam numa empresa, com a obrigatoriedade de bater o cartão de ponto.
Isso é o que mostra um estudo feito pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) para traçar o perfil do trabalhador informal. De acordo com a pesquisa, que consultou 612 proprietários de estabelecimentos e profissionais autônomos dos setores de comércio e serviços de todas as capitais, sem inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica e trabalhadores informais, 90% deles trabalham cerca de oito horas por dia, de segunda a sábado. E 27% informaram que têm jornada aos domingos.
"O resultado da pesquisa mostra um paradoxo: a pessoa vai para informalidade porque não quer depender de patrão, mas trabalha mais horas e fica vulnerável porque não está coberta pela lei", afirma o gerente financeiro do SPC-Brasil, Flávio Borges. A pesquisa mostra que 72% dos informais não pagam previdência (INSS).
A maioria dos entrevistados (78%) também já teve trabalho com carteira assinada antes de ingressar na informalidade. Esse é o caso de Valdemir Trivelato, de 51 anos, dos quais 20 trabalhando como ambulante. Ex-bancário, o ex-analista de crédito que cursou até o segundo ano da faculdade de administração de empresas, conta que foi parar na informalidade por "falta de opção". Na época, perdeu o emprego num corte que houve no banco. De lá para cá, se dedicou à venda de itens ligados à eletrônica. No começo, eram rádios. Agora, são capas de celulares e acessórios.
"Hoje trabalho seis dias por semana, das 7h às 21h. Alguns dias vou às 4h da manhã ao Brás para comprar as mercadorias", conta o ambulante. Quando estava empregado no banco, cumpria uma jornada diária bem menor, de seis horas.
Com renda média mensal de R$ 1.300, Trivelato conta que desistiu, mais recentemente, de buscar uma oportunidade de trabalho no mercado formal por causa da idade, apesar de a economia estar hoje praticamente em pleno emprego.
Mas, na análise de Borges, do SPC-Brasil, essa contradição entre um grande contingente de informais e a falta de mão de obra para vagas formais é aparente. Na verdade, diz ele, os trabalhadores que estão na informalidade têm baixa qualificação e não teriam condições de preencher parte dos empregos que sobram nas empresas. Segundo a pesquisa, 88% dos entrevistados têm, no máximo, ensino médio.
A maioria dos informais é mulher (50,2%), e o setor de comércio, com 59%, prevalece sobre o de serviços (41%). Mas o tíquete médio dos serviços é de R$ 69,28, bem superior ao do comércio, de R$ 45.
_______________________________________________________________________

Texto adaptado. Disponível em: http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,trabalho-informal-tem-jornada-superior-a-48-horas-semanais-,1036333,0.htm Acesso 17 de agosto de 2013.

Nenhum comentário:

Postar um comentário