sexta-feira, 21 de agosto de 2015

TEXTO OBRIGATÓRIO PARA A ATIVIDADE 3 DE SOCIOLOGIA - 2º ANO - ENSINO MÉDIO

Trabalho escravo no século XXI?

Embora a abolição da escravatura tenha acontecido no Brasil em 1888, ou seja, no século XIX, hoje, em pleno século XXI, podemos falar que ainda existe trabalho escravo em nosso país. Porém, a escravidão contemporânea tem algumas características diferentes da escravidão anterior. Nesta aula, vamos refletir juntos sobre o que é e como acontece o trabalho escravo no século XXI.
Atualmente, considera-se trabalho escravo a forma degradante de trabalho na qual o trabalhador não tem a garantia de sua liberdade. Na zona rural, na qual se encontra a maior incidência de trabalho escravo, os trabalhadores aliciados, ou seja, seduzidos pela falsa promessa de um bom emprego, são vítimas de fazendeiros que buscam baixos custos e lucros fáceis por meio da exploração da mão de obra escrava, se aproveitando da situação de vulnerabilidade dos mais pobres. O Brasil é referência mundial no combate contra o trabalho forçado e busca erradicar essa forma de trabalho.
Como dissemos, o trabalho escravo é uma forma degradante de trabalho na qual o trabalhador não tem garantida sua liberdade sendo, na maioria das vezes, escravizado pela servidão por dívida ilegalmente atribuída ao trabalhador, pelo isolamento geográfico que impede a fuga e pela constante ameaça a sua vida. Mas como o trabalho escravo acontece atualmente?
Os “gatos”, que são contratadores de mão de obra a serviço dos fazendeiros, aliciam os trabalhadores oferecendo uma oportunidade de serviço em fazendas, prometendo salário, alojamento e comida. Para convencer o trabalhador, oferecem o transporte até a fazenda e um “adiantamento” para a família. Os trabalhadores em busca de uma oportunidade de emprego e para garantir a sua sobrevivência e de sua família aceitam a proposta. Porém, quando chegam ao serviço o gato lhes informa que eles têm uma dívida, anotada em um caderno. Neste caderno são anotadas as dívidas com o adiantamento, o transporte e as despesas de alimentação até a fazenda. Também são anotadas as dívidas com os instrumentos que o trabalhador precisa para o trabalho, as despesas com moradia e alimentação. Assim, o trabalhador não pode se desligar devido à divida ilegalmente atribuída a ele e, caso tente fugir, é ameaçado podendo perder sua própria vida. Dessa forma, as dividas e as ameaças físicas tornam-se correntes e tiram a liberdade do trabalhador escravizado.
Como estes trabalhadores são libertos desta situação? Os chamados Grupos móveis de fiscalização, formados por auditores fiscais do trabalho, procuradores do trabalho e policiais, atuam fiscalizando as propriedades e apurando denúncias de trabalho escravo e, uma vez confirmada a situação de trabalho escravo, libertam os trabalhadores. Na maioria das vezes, os trabalhadores escravizados são encontrados vivendo em situações degradantes, morando em precários barracos de plástico, bebendo água envenenada ou doente e sem assistência médica.

Na zona rural, a pecuária é uma das principais atividades que utilizam trabalho escravo para tarefas como derrubada de mata para pastagem e retirada de plantas indesejáveis com uso de venenos. Este trabalho é feito sem equipamentos de segurança o que leva o trabalhador a ser vítima de graves acidentes de trabalho, como mutilação, feridas na pele ou intoxicação. Também há casos de trabalho escravo nas cidades, principalmente, nas oficinas de costura e canteiro de obras. O Tocantins e a região Nordeste, principalmente os estados do Maranhão e do Piauí, são grandes fornecedores de mão de obra escrava e o Pará é o principal utilizador destes trabalhadores escravizados. As principais vítimas do trabalho escravo são os homens na faixa etária dos 18 aos 40 anos. Na zona urbana, há um grande número de sul americanos, principalmente bolivianos, em situação de trabalho escravo, sobretudo nas oficinas de costura.

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