terça-feira, 6 de março de 2018

MATERIAL DE AULA: VIOLÊNCIA SOB A PERSPECTIVA DA SOCIOLOGIA


Violência sob a perspectiva de Émile Durkheim (Suicídio) 

Durkheim utilizou sua teoria do fato social para explicar, por exemplo, o suicídio. O que aparentemente seria um ato individual, para ele, estava ligado com aquilo que ocorria na sociedade. Ele compreende a sociedade como um corpo organizado. Assim como a Biologia que compreende o corpo humano e todas suas partes em pleno funcionamento. Ele entende a sociedade com suas partes em operação e cumprindo suas funções. E, caso a família, a igreja, o Estado, a escola, o trabalho, os partidos políticos, etc., que são elementos da sociedade com funções específicas, venham a falhar no cumprimento delas, surge no corpo da sociedade aquilo que Durkheim chamou de anomia (a = sem, nomia = normas / sem normas), ou seja, uma patologia. Assim, como no corpo humano, se algo não funcionar bem, em “ordem”, significa que está doente. 

Para Durkheim, a sociedade age sobre o indivíduo. Cada grupo social tem uma inclinação para o suicídio, e desta derivam as inclinações individuais. 

Trata-se das correntes de “egoísmo”, de “altruísmo” e de “anomia” que afligem a sociedade. 

Suicídio Egoísta: 
É causado pela decepção, pela melancolia e pela sensação de desamparo moral, provocadas pela desintegração social. Atualmente, isso pode ser compreendido no mundo capitalista, cada vez mais individualista, em que as pessoas valorizam mais o “ter” do que o “ser”. 

Se alguém se desvinculasse das instituições sociais (família, igreja, escola, partido político, etc.) por conta própria, para viver de maneira livre, sem regras, qual seria o limite para essa pessoa, uma vez que ninguém a controlaria? 

Pois é, segundo Durkheim, a falta de redes de convívio ou limites para a ação poderia levar a pessoa a desejar ilimitadas coisas. Mas caso tal pessoa não consiga realizar os seus desejos, a frustração poderia levá-la a um suicídio. 

Suicídio altruísta
Ocorre quando um indivíduo valoriza a sociedade mais do que a ele mesmo, ou seja, os laços que o unem à sociedade são muito fortes. 

Deixe-me lembrar você do ocorrido em 11 de Setembro de 2001. Homens, em atos aparentemente “loucos”, pilotavam aviões que se chocaram contra o World Trade Center em Nova York, lembra? Para Durkheim, os agentes dessa aparente “loucura” poderiam ser classificados como suicidas altruístas, pois se identificavam de tal forma como o grupo Al Qaeda, ao qual pertenciam, que se dispuseram a morrer por ele. 

Da mesma maneira aconteceu com os kamikases japoneses durante a 2º Guerra Mundial (1939-1945) e que, de certa forma, continua acontecendo com os “homens-bomba” de hoje. Se você assistir ao filme “O Patriota”, com Mel Gibson, poderá ver um exemplo de alguém que se dispôs a morrer por uma causa que acreditava em relação ao seu país, no caso, os Estados Unidos da América. 

Suicídio anômico:
É aquele que se deve a um estado de desregramento social no qual as normas estão ausentes ou perderam respeito. Este tipo pode acontecer quando as partes do corpo social deixam de funcionar e as normas ou laços que poderiam “abraçar” (solidarizar) os indivíduos perdem sua eficácia, deixando-os viver de forma desregrada ou em crise. Como exemplo, podemos citar como fatos que provocam a anomia: corrupção praticada por políticos e funcionários públicos, a frieza da sociedade moderna, bem como sua falta de diálogo coletivo, o divórcio, uma família abandona o filho, ou o idoso, ou o doente, etc.

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