Seminário
aponta persistência de desigualdades raciais no mercado de trabalho
Data:
30/04/2013
Ministra
Luiza Bairros afirmou que o Brasil está pagando um preço caro por ter deixado
os negros fora do processo de desenvolvimento “Melhoram os salários, mas não
diminuem as desigualdades porque temos dificuldades de implementar políticas
para negros”. A conclusão é da professora doutora em Psicologia, Maria
Aparecida da Silva Bento, palestrante da primeira mesa do Seminário “Trabalho e
desenvolvimento: capacitação técnica, emprego e população negra”, realizado em
Recife-PE, na última sexta-feira, 26/04.
A
persistência das desigualdades entre homens e mulheres e entre trabalhadores
negros e brancos deu a tônica do seminário promovido pela Secretaria de
Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR) na capital pernambucana. Ao
apresentar dados de 2011 da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), Jackeline
Teixeira Natal disse que as mulheres negras representam o segmento com maior
dificuldade de acessar ao mercado de trabalho no Brasil. De acordo com a
técnica do DIEESE - Divisão Intersindical de Estatísticas e Estudos
Socioeconômicos, quando a taxa de desemprego geral era de 12% a 13%, entre as mulheres
negras esse indicador era de 18%.
“De
cada cinco mulheres negras no mercado, uma está no trabalho doméstico e o
perfil dessa ocupação no Brasil acusa 56 horas semanais para as trabalhadoras
com carteira assinada, uma carga bem superior a dos demais trabalhadores”,
afirmou a técnica ao apresentar os dados da PED relativos à População em Idade
Ativa (PIA), das regiões metropolitanas de Belo Horizonte, Distrito Federal,
Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Salvador, São Paulo.
Para
Jackeline, a remuneração reflete as relações de trabalho e “a prova disso é que
em São Paulo, um dos mercados mais estruturados do país, a mulher negra ganha
40% em relação ao salário do homem branco e o homem negro 60%”. No que diz
respeito à formação de nível superior, que conforme a pesquisadora facilita o
acesso ao mercado de trabalho, os indicadores paulistas são de 24,4% para
trabalhadores não negros e de 8,4 % para negros. Na região metropolitana da
capital baiana, onde a presença de afrodescendentes é predominante, a diferença
é mais significativa, sendo de 12,5% para os trabalhadores negros com nível
superior e de 30% para não negros.
Texto adaptado. Disponível em
http://www.seppir.gov.br/noticias/ultimas_noticias/2013/04/seminario-aponta-persistencia-de-desigualdades-raciais-no-mercado-de-trabalho
Acesso em 17 de agosto de 2013.
100% necessário saber
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