PRÉ SIMULADO DE FILOSOFIA – 3º ANO
1. (Uepa 2015)
Leia o texto para responder à questão.
Platão: A massa popular é
assimilável por natureza a um animal escravo de suas paixões e de seus
interesses passageiros, sensível à lisonja, inconstante em seus amores e seus
ódios; confiar-lhe o poder é aceitar a tirania de um ser incapaz da menor
reflexão e do menor rigor. Quanto às pretensas discussões na Assembleia, são
apenas disputas contrapondo opiniões subjetivas, inconsistentes, cujas
contradições e lacunas traduzem bastante bem o seu caráter insuficiente.
(Citado por:
CHATELET, F. História das Ideias Políticas. Rio de Janeiro: Zahar, 1997, p. 17)
Os argumentos de Platão, filósofo grego da antiguidade,
evidenciam uma forte crítica à:
a) oligarquia
b) república
c) democracia
d) monarquia
e) plutocracia
2. (Uel 2014) A
República de Platão consiste na busca racional de uma cidade ideal. Sua
intenção é pensar a política para além do horizonte da decadência da
cidade-Estado no século de Péricles. O esquema a seguir mostra como se
organizam as classes, segundo essa proposta.
Com base na obra de Platão e no esquema, atribua V
(verdadeiro) ou F (falso) às afirmativas a seguir.
( ) As três
imagens do Bem na cidade justa de Platão, o Anel de Giges, a Imagem da Linha e
a da Caverna, correspondem, respectivamente, à organização das três classes da
República.
( ) Na cidade
imaginária de Platão, em todas as classes se contestam a família nuclear e a
propriedade privada, fatores indispensáveis à constituição de uma comunidade
ideal.
( ) Na cidade
platônica, é dever do filósofo supri-la materialmente com bens duráveis e
alimentos, bem como ser responsável pela sua defesa.
( ) O conceito
de justiça na cidade platônica estende-se do plano político à tripartição da
alma, o que significa que há justiça na República mesmo havendo classes e diferenças
entre elas.
( ) O filósofo,
pertencente à classe dos magistrados, é aquele cuja tarefa consiste em
apresentar a ideia do Bem e ordenar os diferentes elementos das classes,
produzindo a sua harmonia.
Assinale a alternativa que contém, de cima para baixo, a
sequência correta.
a) V – V – F – F – F.
b) V – F – V – V – F.
c) F – V – V – F – V.
d) F – V – F – V – F.
e) F – F – F – V – V.
3. (Uel 2014) Leia
o texto a seguir.
A República de Veneza e o Ducado de Milão ao norte, o
reino de Nápoles ao sul, os Estados papais e a república de Florença no centro
formavam ao final do século XV o que se pode chamar de mosaico da Itália
sujeita a constantes invasões estrangeiras e conflitos internos. Nesse cenário,
o florentino Maquiavel desenvolveu reflexões sobre como aplacar o caos e
instaurar a ordem necessária para a unificação e a regeneração da Itália.
(Adaptado de: SADEK, M. T. “Nicolau Maquiavel: o cidadão
sem fortuna, o intelectual de virtú”. In: WEFORT, F. C. (Org.). Clássicos da
política. v.2. São Paulo: Ática, 2003. p.11-24.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a filosofia
política de Maquiavel, assinale a alternativa correta.
a) A anarquia e a desordem no Estado são aplacadas com a
existência de um Príncipe que age segundo a moralidade convencional e
cristã.
b) A estabilidade do Estado resulta de ações humanas
concretas que pretendem evitar a barbárie, mesmo que a realidade seja móvel e a
ordem possa ser desfeita.
c) A história é compreendida como retilínea, portanto a
ordem é resultado necessário do desenvolvimento e aprimoramento humano, sendo
impossível que o caos se repita.
d) A ordem na política é inevitável, uma vez que o âmbito
dos assuntos humanos é resultante da materialização de uma vontade superior e
divina.
e) Há uma ordem natural e eterna em todas as questões
humanas e em todo o fazer político, de modo que a estabilidade e a certeza são
constantes nessa dimensão.
4. UFU 2013
Em seus estudos sobre o
Estado, Maquiavel busca decifrar o que diz ser uma verità effettuale, a
“verdade efetiva” das coisas que permeiam os movimentos da multifacetada
história humana/política através dos tempos. Segundo ele, há certos traços
humanos comuns e imutáveis no decorrer daquela história. Afirma, por exemplo,
que os homens são “ingratos, volúveis, simuladores, covardes ante os perigos,
ávidos de lucro”. (O Príncipe, cap. XVII)
Para Maquiavel:
a.A “verdade efetiva” das coisas encontra-se em plano
especulativo e, portanto, no “dever-ser”.
b.Fazer política só é possível por meio de um moralismo
piedoso, que redime o homem em âmbito estatal.
c.Fortuna é poder cego, inabalável, fechado a qualquer
influência, que distribui bens de forma indiscriminada.
d.A Virtù possibilita o domínio sobre a Fortuna. Esta é
atraída pela coragem do homem que possui Virtù.
5. UFU 2003
“Portanto, um príncipe deve
gastar pouco para não ser obrigado a roubar seus súditos; para poder
defender-se; para não se empobrecer, tornando-se desprezível; para não ser
forçado a tornar-se rapace; e pouco cuidado lhe dê a pecha de miserável; pois
esse é um dos defeitos que lhe dão a possibilidade de bem governar.”
MAQUIAVEL, Nicolau.
O Príncipe. São Paulo: Nova Cultural, 1987. Coleção Os Pensadores. p. 66.
Assinale a alternativa que interpreta corretamente o
pensamento do filósofo florentino.
a) O príncipe não precisa
roubar os súditos, porque a ele é reservada a fortuna, toda riqueza possível de
ser acumulada graças à capacidade de poupar os tesouros. Esta definição de
fortuna, cunhada por Maquiavel, é típica da época em que havia o apego às
riquezas materiais, especialmente, a prata e o ouro da América.
b) A visão política de
Maquiavel era a mesma dos seus contemporâneos, favorável ao poder absoluto dos
governantes e defensora da opressão do Estado sobre os súditos, o que resultou
na manutenção do Estado feudal, caracterizado pela expropriação da sociedade,
por meio de tributos elevados e injustos.
c) A defesa da sobriedade
administrativa do príncipe evidencia a forte ligação que unia Maquiavel à
Igreja Católica, ambos imbuídos na defesa do poder divino dos soberanos. Prova
disso é que, em seu livro O Príncipe, Maquiavel exorta o novo príncipe a ser
sempre piedoso, fiel, humano, íntegro e religioso.
d) Maquiavel identifica o
príncipe com o homem de ação, cujo caráter é formado pela ética que lhe permite
o uso dos meios apropriados para a organização do seu Estado; o novo príncipe
deve ser corajoso e inteligente, evitando a opulência e a ostensão em favor de
seu poder político.
6. UFU 2010
Leia com atenção o texto abaixo.
A finalidade da política não é, como diziam os pensadores
gregos, romanos e cristãos, a justiça e o bem comum, mas, como sempre souberam
os políticos, a tomada e manutenção do poder.
O verdadeiro príncipe é aquele que sabe tomar e conservar
o poder [...].
(CHAUÍ, M. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2000,
p. 396.)
A respeito das
qualidades necessárias ao príncipe maquiaveliano, é correto afirmar:
a) O
príncipe precisa ter fé, ser solidário e caridoso, almejando a realização da
virtude cristã.
b) O
príncipe deve ser flexível às circunstâncias, mudando com elas para dominar a
sorte ou fortuna.
c) O
príncipe precisa unificar, em todas as suas ações, as virtudes clássicas, como
a moderação, a temperança e a justiça.
d) O
príncipe deve ser bondoso e gentil, angariando exclusivamente o amor e, jamais,
o temor do seu povo.
7. UEMA 2015. Gilberto Cotrim
(2006. p. 212), ao tratar da pós-modernidade, comenta as ideias de Michel
Foucault, nas quais “[...] as sociedades modernas apresentam uma nova
organização do poder que se desenvolveu a partir do século XVIII. Nessa nova
organização, o poder não se concentra apenas no setor político e nas suas
formas de repressão, pois está disseminado pelos vários âmbitos da vida social
[...] [e] o poder fragmentou-se em micropoderes e tornou-se muito mais eficaz.
Assim, em vez de se deter apenas no macropoder concentrado no Estado, [os]
micropoderes se espalham pelas mais diversas instituições da vida social. Isto
é, os poderes exercidos por uma rede imensa de pessoas, por exemplo: os pais,
os porteiros, os enfermeiros, os professores, as secretarias, os guardas, os
fiscais etc.”
Fonte: COTRIM,
Gilberto. Fundamentos da Filosofia: história e grandes temas. São Paulo:
Saraiva, 2006. (adaptado)
Pelo exposto por Gilberto Cotrim sobre as ideias de
Foucault, a principal função dos micropoderes no corpo social é interiorizar e
fazer cumprir
a.o ideal de igualdade entre os homens.
b.o total direito político de acordo com as etnias.
c.as normas estabelecidas pela disciplina social.
d.a repressão exercida pelos menos instruídos.
e.o ideal de liberdade individual.
8. O filósofo Sílvio Gallo em
seu livro Filosofia: experiência do pensamento, abordando a teoria do poder
investigada pelo filósofo Michel Foucault, apresenta-nos que o poder não se dá
de forma estrutural, nem estanque, muito menos depende exclusivamente das
posições sociais que os indivíduos ocupam. O poder é um jogo de forças que se
estabelece em toda e qualquer relação humana e deve ser analisado de forma
imanente e situacional, percebendo que é fluido, produtor e relacional.
Essa ideia pode ser entendida como:
a) A teoria da “soma zero”
b) A resistência intencional
c) A perspectiva macroestrutural
d) A visão microscópica do poder
e) A visão macroscópica do poder
9. Para Aristóteles a
comunidade política não é uma “invenção”, é uma realização natural, própria dos
seres humanos, e tem como finalidade “o bem viver juntos”, ou seja, a
Felicidade. Em Atenas, onde passou boa parte da vida, Aristóteles era um
crítico da Democracia. A democracia ateniense é reconhecida como a primeira
forma de governar a partir do poder da própria população, de forma direta, mas
tinha suas limitações, que podem ser identificadas na alternativa:
a) Só participavam da vida política os anciãos, que se
reuniam em um conselho dos anciãos, uma vez por mês.
b) Participavam ativamente da política somente os
nascentes na cidade, homens, maiores de idade e proprietários de terra.
c) Os filósofos eram excluídos da vida política, pois
eram vistos como pessoas subversoras e ateístas, não respeitando a autoridade
divina.
d) A crítica de Aristóteles é exatamente sobre a
Democracia em Atenas possibilitar a participação de qualquer pessoa, portanto,
uma limitação do uso ético na política.
e) Era proibido às mulheres solteiras participarem
desacompanhadas das assembleias, só podendo votar se fossem com seus responsáveis,
maridos ou pais.
10. Étienne de La Boétie foi
um filósofo francês do século XVI que ficou conhecido por escrever o Discurso
da Servidão Voluntária, depois da derrota do povo francês contra o exército e
fiscais do rei, que estabeleceram um novo imposto sobre o sal. Em um dos
célebres trechos deste seu Discurso ele escreve: “Quando um indivíduo manda,
seu poder vem não dele mesmo, mas dos outros que se submetem.”, indicando aí:
a) Que a partir da crítica
pode-se derrubar um tirano.
b) Que o autor indica que a vontade do rei deve ser a
vontade de Deus.
c) Que para o autor, o rei necessita do apoio da elite de
um país para se manter no poder.
d) Que a vontade de um indivíduo prevalece diante da
vontade da maioria, sendo este um princípio do poder.
e) Que as pessoas acostumam-se a servir e se acovardam
diante do poder do rei, submetendo-se às suas vontades.
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