Texto 1: Cardozo considera inaceitável violência policial contra manifestantes em São Paulo
Luciano
Nascimento -
Repórter
da Agência Brasil
Brasília
- O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse hoje (14) que
viu excessos na ação da Polícia Militar (PM) paulista contra os
manifestantes que pediam a redução da tarifa de transporte público,
na noite de ontem (13).
“Na
noite de ontem nós tivemos uma manifestação que nós não podemos
aceitar. Para mim, do que vi de imagens, do que recebi de
informações, houve, sim, situações de violência policial que eu
considero também inaceitáveis”, disse. “Espero que,
efetivamente comprovada esta ocorrência de abusos, se aplique com
rigor as penas da lei, porque nós não podemos aceitar a violência
policial em um Estado democrático como este em que nós vivemos”,
complementou. Cardozo defendeu a apuração do ocorrido.
Na
opinião do ministro, o Estado deve garantir o direito à livre
manifestação, desde que não haja vandalismo e depredação do
patrimônio público ou privado. “Nós temos que reconhecer sempre
o direito de livre manifestação. Está garantida na Constituição,
e é uma conquista do Estado brasileiro. Nós temos que ter a
liberdade de expressar as nossas opiniões, a liberdade de
manifestar, mas que as manifestações não podem ser marcadas por
violência, por vandalismo, porque aí há uma infração a lei”,
declarou.
Cardozo
disse ainda que o governo federal poderia auxiliar o governo de São
Paulo com serviços de inteligência e a participação de Força
Nacional de Segurança (FNS), que, segundo ele, atuaria na mediação
e pacificação dos confrontos. “Podemos auxiliar na questão dos
serviços de inteligência e podemos ajudar na mediação do
conflito. A Força Nacional tem uma expertise indiscutível
para atuação nesses casos de distúrbios civis”, disse. “Mas
para isto o estado [de São Paulo] tem que desejar”, ressaltou.
A
ação da PM também foi condenada hoje pela Associação
Nacional de Jornais (ANJ),
que divulgou notadizendo
que há evidências de que "a ação policial extrapolou o rigor
cabível em ações voltadas à manutenção da ordem". A nota
considera que "é inaceitável a prisão de repórteres e a
brutalidade empregada
pelas forças policiais contra jornalistas", destaca o documento
assinado pelo vice-presidente da associação, Francisco Mesquita
Neto.
A
manifestação de ontem, em São Paulo, foi a quarta desde o dia 6. O
protesto terminou com 232 pessoas detidas e várias pessoas feridas,
entre elas jornalistas.
Edição:
Aécio Amado
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à Agência
Brasil
Texto 2: Alckmin defende ação da polícia no protesto contra aumento de passagem em SP
Flávia
AlbuquerqueRepórter
da Agência Brasil
São
Paulo – O governador Geraldo Alckmin defendeu hoje (14), durante
entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, a ação da Polícia
Militar ontem, para conter um protesto contra o aumento das passagem
do transporte público na capital paulista. Alckmin disse que a
polícia sempre trabalha para proteger os manifestantes.
O
governador declarou que o que foi visto ontem foram “atos de
vandalismo e violência, deixando rastros de destruição”. Ele
disse ainda que o que está ocorrendo é um movimento político. O
governador citou como exemplo Santos, cidade onde não houve reajuste
no valor das passagens, mas que também teve manifestação. “O que
caracteriza um movimento político”, ressaltou.
O
protesto, que reuniu 5 mil pessoas segundo a Polícia Militar
(PM), foi
o quarto desde o dia 6.
Em todas as manifestações houve confronto com a polícia e
depredações por parte dos manifestantes. A força tática usou
bombas de gás e balas de borracha. De acordo com a Polícia Civil,
232 pessoas foram detidas e desse total quatro pessoas permanecem
presas e foram transferidas para um Centro de Detenção Provisória.
Alckmin
informou também que as corregedorias vão apurar qualquer abuso que
tenha sido cometido pela polícia no protesto de ontem na capital.
Edição:
Denise Griesinger
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