A política, sobretudo quando mal intencionada, pega
carona nas glórias esportivas da bandeira brasileira. Nesse sentido, o
patriotismo dos sorrisos vitoriosos já serviram para amainar revoltas. Quantas
vezes nossa seleção de futebol pôs as camisas canarinho nas malas e saiu a
buscar um título mundial fora de nossas fronteiras – cinco!
Mas agora nossa seleção não precisará sair. A Copa é aqui
mesmo, no Brasil! E nós, o povo torcedor, estamos do lado de dentro das
cortinas. Estamos vendo, ainda que às vezes desacreditando em tamanhos
absurdos, como se faz uma Copa. Quanta tapeação, quanta putrefação a partir de
cifras incontáveis; e, além disso, quanto dinheiro real há então nos cofres
verde e amarelo!
Nas televisões chegam a dizer que nosso torcedor
necessita de uma “educação esportiva”, coisa comum na Europa, donde vem a FIFA
e o modo certo de comportar-se dentro de um estádio.
E eu, que sempre beijei eufórico minha bandeira querida,
hoje tenho dificuldade de encontrar um colega brasileiro que se junte a mim
para torcer pela seleção canarinho. Pois estão todos torcendo para outras
seleções – alguns até já compraram camisas com outras insígnias – ou mesmo
torcendo somente contra o Brasil.
O fato é que à beira desse mar de corrupção para a
preparação da Copa, cuja conta quem vai pagar sou eu: o povo brasileiro, meu
patriotismo já apresenta diversos pontos de ferrugem.
Vou assistir a Copa, sim, mas isso não será com alegria,
como já foi em outras edições. Pela primeira vez na vida, tenho dúvida se a
vitória do meu Brasil trará algo de bom.
Rafael Alvarenga
Resende, 04 de maio de 2014
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