sexta-feira, 30 de setembro de 2016
AVALIAÇÃO DE SOCIOLOGIA - 3º BIMESTRE - 3º ANO - PBN
Formas de exercício do
poder
Caro aluno, nesta última
aula vamos lhe apresentar as principais formas de exercício do
poder pelo Estado. Vamos começar pela Monarquia, que é a forma de
exercício do poder onde o mandatário é chamado de rei ou monarca e
o poder é transmitido ao longo de uma linha sucessória baseada em
princípios de hereditariedade e vitaliciedade. Existem dois tipos de
monarquia: a monarquia absolutista e a monarquia constitucional ou
parlamentarista. Na monarquia absolutista o soberano exerce o poder
de forma absoluta, ou seja, ele é quem dá ar ordens acumulando as
funções de chefe de Estado e chefe de governo. Na monarquia
constitucional ou parlamentarista o soberano não governa
diretamente, cabendo a ele a função de chefe de Estado, cujos
poderes são apenas protocolares e suas funções de moderador
político são determinados pela Constituição, onde tem como função
resolver impasses políticos, proteger a Constituição e os súditos
de projetos de leis que contradizem as leis vigentes ou não fazia
parte dos planos de governos defendidos em campanhas eleitorais. A
chefia de governo é exercida por um primeiro ministro escolhido
entre os membros do partido que tem maioria de deputados eleitos na
Câmara de Deputados. Vamos falar agora da República. A palavra
república vem do latim Res publica e quer dizer "coisa
pública". É uma forma de governo onde um representante,
chamado de presidente, é escolhido através do voto para ser o chefe
de Estado, podendo ou não ser também chefe de governo.
Você deve estar se
perguntando como o presidente pode ser uma coisa e não ser outra? A
resposta tem a ver com a forma da república: presidencialista ou
parlamentarista. Na república presidencialista, como o Brasil, o
presidente, escolhido pelo voto para um mandato com duração
determinada em lei, acumula as funções de Chefe de Estado e chefe
de governo. Nesse sistema, para realizar seu plano de governo, o
presidente deve negociar com o Legislativo caso não possua maioria.
Na republica parlamentarista o presidente apenas responde à chefia
de Estado, estando a chefia de governo atribuída a um representante
escolhido de forma indireta pelo Aula 3: Formas de exercício do
poder Legislativo, normalmente chamado "premier",
"primeiro-ministro" ou ainda "chanceler".
As formas de poder no
Brasil e a privatização do público
Com a independência em 1822
o Brasil adota a monarquia constitucional como forma de poder.
Acontecem eleições para o senado e a câmara, mas o imperador Pedro
I faz uso do poder moderador para governar de forma quase absoluta.
A república é proclamada em
1889 e com ela o Brasil se torna uma república liberal
presidencialista, trazendo muitas transformações, contudo mantendo
características que tornam a estrutura do Estado brasileiro como
expressão da articulação do novo com o velho. O estado no Brasil
se apresenta como o ente que resolve todos os problemas, criando o
senso comum de que todos os problemas da sociedade e sua solução as
de sua responsabilidade e nada resolvemos sem a sua presença.
Com isso aconteceu no Brasil
uma privatização do público. O que é isso? Bem que chega ao poder
toma conta do que é público, ou seja, pertence a todos nós, como
se fosse sua propriedade. Como consequência, o Estado deixa de ser a
instituição que deveria atender a maioria da população e passa a
adotar como princípio o favorecimento dos setores privados que têm
o poder econômico na sociedade.
Outra forma de privatização
do Estado no Brasil é o clientelismo, onde acontece troca de favores
políticos por benefícios econômicos. Um exemplo dessa atuação do
Estado pode ser visto na ajuda que é prestada a setores da
sociedade, como a indústria e o agronegócio, onde capitalistas em
dificuldade recorrem ao Estado em busca de apoio e suporte financeiro
quando enfrentam qualquer dificuldade, o que vai de encontro a uma
premissa o liberalismo que preconiza que o Estado não deve intervir
na economia e que o mercado se auto regula, ou ainda na concessão de
serviços públicos como canais de televisão e rádio sem a devida
transparência a grupos economicamente poderosos ou que mantêm
relações com o poder. Um efeito perverso dessa atuação do Estado
acontece quando esses mesmos setores que recebem benesses do poder
público protestam quando o são feitos investimentos em políticas
públicas de saúde, educação, habitação e transporte,
argumentando que o Estado não deve comprometer seu orçamento com
políticas sociais, notadamente as voltadas para a parcela mais pobre
e desassistida da população.
Leia
o texto acima e respondam as perguntas:
1 – Qual o papel do
presidente numa republica parlamentarista?
_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
2 – (UEL – 2003) Leia o
texto a seguir.
Estado Violência (ouça
no site a música na íntegra)
Sinto no meu corpo
A dor que angustia
A lei ao meu redor
A lei que eu não queria
Estado violência
Estado hipocrisia
A lei que não é minha
A lei que eu não queria (...)
(TITÃS. Estado Violência.
In: Cabeça dinossauro. *S.L.+ WEA, 1986, 1 CD (ca. 35’97”).
Faixa 5 (3’07”).)
A letra da música “Estado
Violência”, dos Titãs, revela a percepção dos autores sobre a
relação entre o indivíduo e o poder do Estado. Sobre a canção, é
correto afirmar:
a) Mostra um indivíduo
satisfeito com a sua situação e que apóia o regime político
instituído.
b) Representa um regime
democrático em que o indivíduo participa livremente da elaboração
das leis.
c) Descreve uma situação em
que inexistem conflitos entre o Estado e o indivíduo.
d) Relata os sentimentos de um
indivíduo alienado e indiferente à forma como o Estado elabora suas
leis.
e) Apresenta um indivíduo
para quem o Estado, autoritário e violento, é indiferente a sua
vontade.
3 – Numa monarquia
parlamentarista quem exerce a função de chefe de estado e a função
de chefe de governo?
a) Governador e Prefeito
b) Monarca e Primeiro ministro
c) Monarca e presidente
d) Presidente e Primeiro
ministro
4 – Numa república
presidencialista quem exerce a função de chefe de estado e a função
de chefe de governo?
a) Governador e Prefeito
b) Presidente
c) Monarca
d) Presidente e Primeiro
ministro
5 – O clientelismo é uma
forma de apropriação do público pelo privado no Brasil. Assinale a
resposta que explica o clientelismo.
a) É uma forma de governar
que privilegia as políticas públicas voltadas para os mais pobres.
b) É uma forma de governar
que busca separar completamente os interesses públicos dos
interesses privados.
c) É uma ação do Estado que
ocorre através da troca de favores políticos por benefícios
econômicos, privilegiando grupos dominantes economicamente.
d) É uma das características
do liberalismo.
quarta-feira, 21 de setembro de 2016
terça-feira, 20 de setembro de 2016
Texto complementar de Filosofia - Aula 20/09/16
“Ele imagina
que tudo pode ser compreendido sem o mínimo esforço intelectual”. Reflexões do
jornalista Celso Vicenzi em torno de poema de Brecht, no século 21
Ele ouve e assimila sem questionar, fala e repete o que
ouviu, não participa dos acontecimentos políticos, aliás, abomina a política,
mas usa as redes sociais com ganas e ânsias de quem veio para justiçar o mundo.
Prega ideias preconceituosas e discriminatórias, e interpreta os fatos com a
ingenuidade de quem não sabe quem o manipula. Nas passeatas e na internet, pede
liberdade de expressão, mas censura e ataca quem defende bandeiras políticas.
Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do
aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas. E que elas –
na era da informação instantânea de massa – são muito influenciadas pela
manipulação midiática dos fatos.
Não vê a pressão de jornalistas e colunistas na mídia
impressa, em emissoras de rádio e tevê – que também estão presentes na internet
– a anunciar catástrofes diárias na contramão do que apontam as estatísticas
mais confiáveis. Avanços significativos são desprezados e pequenos deslizes são
tratados como se fossem enormes escândalos. O objetivo é desestabilizar e
impedir que políticas públicas de sucesso possam ameaçar os lucros da
iniciativa privada. O mesmo tratamento não se aplica a determinados partidos
políticos e a corruptos que ajudam a manter a enorme desigualdade social no
país.
Questões iguais ou semelhantes são tratadas de forma distinta pela
mídia. Aula prática: prestar atenção como a mídia conduz o noticiário sobre o
escabroso caso que veio à tona com as informações da alemã Siemens. Não houve
nenhuma indignação dos principais colunistas, nenhum editorial contundente. A
principal emissora de TV do país calou-se por duas semanas após matéria de capa
da revista IstoÉ denunciando o esquema de superfaturar trens e metrôs em 30%.
O analfabeto midiático é tão burro que se orgulha e estufa o peito para dizer que viu/ouviu a informação no Jornal Nacional e leu na Veja, por exemplo. Ele não entende como é produzida cada notícia: como se escolhem as pautas e as fontes, sabendo antecipadamente como cada uma delas vai se pronunciar. Não desconfia que, em muitas tevês, revistas e jornais, a notícia já sai quase pronta da redação, bastando ouvir as pessoas que vão confirmar o que o jornalista, o editor e, principalmente, o “dono da voz” (obrigado, Chico Buarque!) quer como a verdade dos fatos. Para isso as notícias se apoiam, às vezes, em fotos e imagens. Dizem que “uma foto vale mais que mil palavras”. Não é tão simples (Millôr, ironicamente, contra-argumentou: “então diga isto com uma imagem”). Fotos e imagens também são construções, a partir de um determinado olhar. Também as imagens podem ser manipuladas e editadas “ao gosto do freguês”. Há uma infinidade de exemplos. Usaram-se imagens para provar que o Iraque possuía depósitos de armas químicas que nunca foram encontrados. A irresponsabilidade e a falta de independência da mídia norte-americana ajudaram a convencer a opinião pública, e mais uma guerra com milhares de inocentes mortos foi deflagrada.
O analfabeto midiático não
percebe que o enfoque pode ser uma escolha construída para chegar a conclusões
que seriam diferentes se outras fontes fossem contatadas ou os jornalistas
narrassem os fatos de outro ponto de vista. O analfabeto midiático imagina que
tudo pode ser compreendido sem o mínimo de esforço intelectual. Não se apoia na
filosofia, na sociologia, na história, na antropologia, nas ciências política e
econômica – para não estender demais os campos do conhecimento – para
compreender minimamente a complexidade dos fatos. Sua mente não absorve tanta
informação e ele prefere acreditar em “especialistas” e veículos de comunicação
comprometidos com interesses de poderosos grupos políticos e econômicos. Lê
pouquíssimo, geralmente “best-sellers” e livros de autoajuda. Tem certeza de
que o que lê, ouve e vê é o suficiente, e corresponde à realidade. Não sabe o
imbecil que da sua ignorância política nasce a prostituta, o menor abandonado,
e o pior de todos os bandidos que é o político vigarista, pilantra, o corrupto
e o espoliador das empresas nacionais e multinacionais.”
O analfabeto midiático gosta de criticar os políticos
corruptos e não entende que eles são uma extensão do capital, tão necessários
para aumentar fortunas e concentrar a renda. Por isso recebem todo o apoio
financeiro para serem eleitos. E, depois, contribuem para drenar o dinheiro do
Estado para uma parcela da iniciativa privada e para os bolsos de uma elite que
se especializou em roubar o dinheiro público. Assim, por vias tortas, só sabe
enxergar o político corrupto sem nunca identificar o empresário corruptor, o
detentor do grande capital, que aprisiona os governos, com a enorme
contribuição da mídia, para adotar políticas que privilegiam os mais ricos e
mantenham à margem as populações mais pobres. Em resumo: destroem a democracia.
Para o analfabeto midiático, Brecht teria, ainda, uma última
observação a fazer: Nada é impossível de mudar. Desconfiai do mais trivial, na
aparência singelo. E examinai, sobretudo, o que parece habitual.
Atividade de Filosofia - Aula do dia 20/09/16
Atividade de Filosofia
Questão
01: Escreva sobre a diferença de politicagem e política, segundo a aula de hoje.
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
Questão
02: Explique com suas palavras a concepção de Aristóteles: o homem é um animal
político.
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
Questão 03: (FGV) Leia atentamente os versos
de cunho político do poeta e dramaturgo alemão Bertolt Brecht:
“Nós
vos pedimos com insistência: Nunca digam
— isso é natural! (...) A fim de que
nada passe por ser imutável”
De
acordo com as ideias de Brecht expostas no trecho acima é correto afirmar
que:
a) O
ser humano faz parte da natureza e por isso o mundo que constrói é
imutável.
b) Os
valores humanos são absolutos, portanto não podem ser modificados.
c) O
homem é superior à natureza e por isso o mundo construído por ele é imutável.
d) Os
valores humanos são estáticos, pois são frutos de suas predisposições naturais.
e) O
ser humano é criador de valores e por isso estes podem ser modificados.
Questão 04: (FGV) Partimos do pressuposto de
que filosofar é não aceitar como óbvias e evidentes as coisas sem antes tê-las
investigado. Entre os inimigos da filosofia encontram-se políticos a quem
interessa que a filosofia seja desprezada. Impedir que os homens se tornem
sensatos é uma estratégia da má política. No texto Filosofia no mundo, Carl
Jaspers, seu autor, afirma: “massas e funcionários são mais fáceis de manipular
quando não pensam, mas tão somente usam de uma inteligência de rebanho”.
Nesse
contexto, inteligência de rebanho é:
a) a
existência de muitas pessoas inteligentes que tomam decisões comuns, sensatas e
benéficas para a maioria da sociedade.
b)
fruto de um grupo de homens sensatos que consegue se diferenciar da má política
através de uma atuação coletiva e organizada.
c) a
massa e os funcionários que se organizam para defender seus direitos, fazendo frente
à má política.
d) uma
maioria de pessoas que se deixa influenciar por um pensamento dominante na sociedade,
sem antes criticá-lo.
e) a
originalidade de um pensamento que acaba por influenciar muitas pessoas se tornando
assim mais forte para efetivar mudanças no mundo.
Assinar:
Postagens (Atom)